01/03/2009

Two shakes of a lamb's tail


Efémero, eu, entrei na recta final da existência. Como tudo nesta vida tem um fim, exceptuando a estupidez humana , o mau gosto ou mesmo a Amadora, tenho de me resignar ao final de uma vida, curta e desgastante, que exige muita atenção ao que nos rodeia. Não sendo um filho da puta de um católico, considero a eutanásia um bem de primeira necessidade, e até devia ser premiado com uma estátua póstuma, pois representa a elevação do Ser à verdadeira consciência da própria existência. Eu considero o suicídio mais dramático,e como ser histriónico que sou, opto por esta via. Além de fazer mais porcaria, posso sempre traumatizar alguém pelo caminho. Então vamos lá:
Encho a banheira cheia de água quente, pego na grama da boa branca e faço a derradeira linha de uma tragada só. Agora o coração dispara a um ritmo alucinante, a mente clareia e damo-nos conta de nós próprios e da nossa verdadeira finalidade, ou seja, nada! Aproveitamos o balanço, pegamos na lâmina e cortamos as veias dos pulsos no sentido longitudinal, enfiamo-nos na banheira e esperamos pelo frio, pelo torpor, pelo cansaço. E quando fechamos os olhos porque é demasiado cansativo tê-los abertos, vagueamos nas recordações daqueles de quem mais gostamos e somos invadidos por um sentimento, enorme, mas mesmo muito grande, de saudade daqueles que nunca mais iremos ver.
No final, o que fica? Nada...

The End