30/06/2008

Sardinha Affair

Bacalhau quer Alho productions
"Sardinha Affair"
a novel by jakk & caviaremayo
O Phophinho...
Filho do Phopho, cresceu pelas ruas da Musgueira! Saiu baixinho, fruto das drogas que o seu pai vendia... e ele de tenra idade consumia. Apesar do acesso a material de 1ª, a tendência do Phophinho ia para o verdadeiro shaimita do apita e cavalo com nostan. Phophinho franzino começou na inocente chinezita, tadito, mal sabia o que o esperava. Um pacote fazia-lhe o dia, dois pacotes era uma festa. O petiz, passo a passo lá ia vivendo de tubo nas beiças, no vai e vem do caramelo, até que as quartas já se iam por hora do almoço... Seu pai, tudo lhe dava, não queria que lhe faltasse nada. Dinheiro não faltava, um cachucho dourado, um carro tunning, Ibiza Cupra útimo modelo, jantes douradas, faróis prateados e a bela da luz negra debaixo do chassis. No dia 29 de Fevereiro, aniversário do Phophinho, seu pai apercebeu-se que algo estava errado. No momento em que lhe deu o presente de anos, aquele limpa-unhas, especial, feito por encomenda para limpar a unhaca do mindinho... Ouro de lei, com um brilhante incrustado e uma gravação com letras bonitas para que todo o Mundo soubesse quem era o digno proprietário: "Phophinho! Mas Phopho reparou nos mortiços olhos do seu filho e na quase ausência de emoção que tal oferenda significava! Aquilo era a afirmação do seu filho como um Homem, um ritual de passagem da adolescência para adulto. Era a derradeira confirmação do seu estatuto como Macho Alfa, logo após da bebedeira e putedo que se seguiria, mas isso era só acessório. O verdadeiro troféu era o Limpa-Unhas! O rapaz ficou contente por tal consideração, afinal era para aquilo que tinha nascido! Phophinho agarrou o presente, agradeceu, e saiu porta fora como se de qualquer coisa tivesse esquecido. E as putas? E a vinhaça? Phopho ainda pensou por momentos, que Phophinho tivesse aderido às novas modas da sodomia, mas tal era inconcebível. Ele era a descendência do mais puro gene latino e além disso, Phophito nunca tivera muito jeito para escolher o que vestia nem tão pouco conjugar cores. Foi nesse momento que Phopho se apercebeu... Para dentro de casa, nunca se pensa na desgraça que se provoca aos outros. Como poderia ter deixado aquilo acontecer? Por muito que Phopho o tivesse avisado, Phophinho quis ver na realidade como era. Mas o que mais chocava Phopho era o facto do filho nunca ter metido a gânfia no ganha-pão caseiro, mas sim, ter sido cliente do Gangas, um asqueroso Nortenho e agarrado-traficante, que era conhecido pelo seu dom da Multiplicação. Gangas usava uma técnica velhinha e cobarde, os famosos 50/50... 50 de cavalo martelado mais 50 de Nostan. O filho da puta tinha provocado tanta morte de carouchos que o Estado ainda pensou em contratá-lo para acabar de vez com o flagelo da droga. Só não o fez porque o Gangas não era do PS.
Por muita estela e mistela que enfiasse, um dia Phophinho acordou de pingo no nariz, a dor dilacerante nos rinzes e o estado febril em que se encontrava não deixava margem para dúvidas: Phophito era agora mais um número para as estatísticas do Instituto da Droga e da Toxicodependência em relação aos putos não-betos existentes...
Phophinho foi para a cura, coisa que não lhe custou, largar o pó foi demasiado fácil. Não era bem aquilo que procurava, a insatisfação continuava mesmo quando ele bezerrava e se coçava todo na tasca do Toni, algo mais o atormentava, a droga não lhe compensava a insatifação interior que o queimava. Faltava-lhe algo, e apesar de lhe dar tudo, o pai não era propriamente o Ambrósio!
Foi no centro de recuperação que conheceu a Guilhermina...
Guilhermina, filha de uma peixeira, cheirava a vinagre das mãos e era sebosa para caralho. Moça de poucas palavras, desconhecia-se a razão porque tinha caído no vício. Ela nunca fora muito sociável, nunca tivera amigos, nem sequer as sempre culpadas más companhias. Tinha caído sózinha, o que levava a querer que o tenha feito de plena consciência e por mote próprio. Mas à medida que caminhava para o abismo, Gulhermina sentiu-se impelida a arranjar subsistência para o vício, porque fora renegada pela sua Mãe, que além de ser uma peixeira destemida, era também mãe-solteira. Guilhermina juntou-se ao Funesto, o seu ex-namorado, que tinha a panca de a papar sempre sebosa e antes de qualquer gota de água lhe tocasse nas suas intimidades. Funesto até insistia para que ela abadonasse de vez a água, atitude egoísta e cheia de segundas intenções, porque ela servia de "mula", de correio da droga, emprego que Funesto lhe tinha arranjado, e não havia santa alma numa alfândega que tivesse a coragem, a ousadia e o estômago para revistar os buracos logo abaixo da cintura da moça! O disfarce perfeito!!!
O rapaz, mesmo abatido e ressacado ainda olhou de soslaio para a moça, execravável ao olhar, insuportável no cheiro, deixando-o com uma sensação de curiosidade misturada com uma enorme vontade de foder. Nunca antes ele tinha tido qualquer desejo profundo e verdadeiro do prazer da chicha, afinal era filho de Phopho. Alguns diziam que o pai era cornudo e que Phophito era filho de um bêbado e que Phopho tinha matado a mulher por isso mesmo, mas não. Phopho matou a mulher por causa da mania dela em se lavar por baixo, e Phopho gostava de cheiro a peixe. Qualquer bêbado que os visse e conhecesse, achava que a maneira de coçar a tomatada, o escarrar no chão e o fascínio por peixe era exactamente igual entre pai e filho. Phophinho abeirou-se dela e à primeira oportunidade que teve, agarrou-a com violência e Guilhermina nem oferecu resistência, pois aquilo parecia um acto concertado, combinado previamente, mas a realidade era outra, Phophinho e Guilhermina nunca até aquele momento tinham trocado uma única palavra...Nem trocaram! Phophinho começou por lhe tirar a saia, algo o atraia directo ao baixo ventre daquela mulher, jamais se tinha visto tanta urgência pelas partes fudengas femininas. Sentada em cima da mesa da sala de jantar, Guilhermina afastou os joelhos enquanto Phophinho se agachava, enebriado à medida que sentia o cheiro que saía daquelas cuecas pretas, com manchas salpicadas por todo o lado... No momento em que se prostrava, perante tal cenário, num misto de ressaca e excitação, latejava entre as suas pernas um colossal desejo que até as baínhas das calças subiam e desciam ao ritmo da pulsação do seu marsápio. Quando agarrou as truces da Guilhermina e ouviu um straaaaaaaaaaaaap vindo das cuecas a soltarem-se da imunda e imensa fafalheira crocante da sebosa criatura, esvaiu-se num potente e abundante orgasmo precoce, sintoma clássico de ressaca! Foi uma cena louca de paixão, deleitava-se naquela abundância de pêlos com cheiro a lota que pouca mangueira tinha visto... Os fartos seios da Gulhermina pareciam-lhe como gigantes cabeças de um sargo! Foi um momento tresloucado que ecoou por toda a instituição... O contacto físico entre pacientes não era permitido! Valeu-lhes a expulsão! A Residência para a recuperação de toxicodependentes da Nª Srª da Beneficiência era estricta no cumprimento das suas regras, nem que isso significasse pôr dois pacientes na rua. Sem eira nem beira, Phophinho e Guilhermina estavam à sua sorte, com a roupa do corpo e 50 Euros que a cozinheira do estabelecimento conseguiu à socapa, passar-lhes. Perdidos de amor, parecia que nada importava, sairam de mão dada com um sorriso de adolescentes. Phophinho, não estava muito preocupado, tinha o seu cachucho de ouro e o limpa unhas do mindinho, além de saber que quando quisesse poderia sempre apelar ao seu pai. Mas o que sentia neste momento era a vontade de seguir a sua vida pelos seus próprios meios. A noção que tinha desiludido o seu pai, estava presente. Afinal de contas teve todas as oportunidades para se dar bem na vida.

by jakk & caviaremayo

25/06/2008

Eu é que não sou parvo...

As grandes superfícies de electrodomésticos e gadjets electrónicos são locais surrealistas parecidos com um jardim zoológico. Lá encontram-se diversas faunas autóctones da selva urbana e periferia. Há os nerds dos computadores sempre a comparar a memória RAM entre modelos parecidos de computadores, a discutirem nos corredores a razão da sua preferência por este ou aquele router. Andam sempre a esmiuçar até ao osso testes de benchmark das máquinas, mas no fundo, tudo isto serve para não pararem para pensar porque raio têm 30 anos e nunca deram uma trancada.Mais à frente temos os LCD's, local de culto dos papás quarentões, que sonham ver naquele ecrã gigante e quase a 3d toda a colecção dos filmes da "Private". Imaginam também a maratona de fim-de-semana a ver a SportTV e a beber bejecas naquela magnífica tela de dois metros largura, esquecendo que moram num T1 e que a sala de estar apenas tem 9 metros quadrados! Felizmente não nutrem a paixão do ténis... Entretanto o filho ranhoso acorda-os do sonho quando começa a fazer fitas porque quer ir ver os I-Pods que irá encher com as últimas músicas da Floribela, dos Tokio Hotel e da Ana Malhoa. Esta última também faz as delícias dos respectivos papás, porque é a coisa mais parecida com uma porn-star que nós temos por cá, só que mais puta e ordinária, não estando portanto ao nível dos filmes da "Private". Deambulando por outros corredores, e seguindo a música, iremos dar ao local de culto dos gunas do chapéu de pala para trás, ou seja, os auto-rádios e afins. Naqueles corredores não me aventuro eu, era o que me faltava ser gamado duas vezes no mesmo sítio...E depois há os que apenas acompanham um amigo... Desses tenho pena, porque estão ali contra vontade, apenas a fazer companhia ou porque precisam de boleia para casa e parece mal ficar no carro à espera. Acompanham todos os passos do amigo samaritano (e dono da viatura), até mesmo à zona das dezanove caixas de pagamento que estão encerradas. A fila para pagar é enorme, fruto da boa situação económica em que nos encontramos, propícia a comprar inutilidades que poderão fazer falta num momento de maior crise. A fila, essa, gera-se sem razão aparente ou então por haver apenas uma caixa em funcionamento ou então, porque alguém com espírito altruísta e guerreiro, decide ser o Robim dos Bosques que salta em defesa dos direitos do consumidor contra os tubarões dos retalhistas. Bate-se com unhas e dentes para por a nú mais uma trapaça engenhosa de nos enganar a todos e delapidar o parco património, que consiste em anunciar um preço nos pequenos letreiros, e na hora de pagar o valor não coíncide...
-Olhe que o preço que lá estava não é esse... Era de 7,99!
-Desculpe, vou já telefonar ao responsável do sector para confirmar! Peço perdão pelo incómodo!
-Sempre a querer roubar, sempre a querer roubar...
5 minutos depois e de uma fila de tamanho a triplicar e de gente a bufar...
-Olhe, o chefe do sector informou-me que aquele preçário não era desse produto, era de outro...Aliás, estava lá escrito o nome do outro produto.
-Pronto, pronto... Eu pago os 8 Euros!!! Mas pago contrariado!
Convém dizer que este espécime pertencia aos nerds, e que os putos têm que se entreter com qualquer judiaria enquantos os paizinhos sonham com gang-bangs em HD!!!

02/06/2008

Have you seen him???

Nem só de Natais vive o Homem! Por isso, e também porque ando às voltas com o Conto, decidi desenjoar e meter esta história que nasceu em menos de um fósforo, enquanto o Diabo esfregava o olho.
O Phopho era rapaz trintão, pescador, e morava ali ao pé de Setúbal, terra de bom peixe e boas quase-pessoas. Uma santa alma recatada, que nada nem ninguém apontava o dedo, aliás, toda a gente lhe reconhecia mestria dedicação no seu ofício.Phopho morava sozinho, não se lhe conheciam namoradas, casos amorosos, nem mesmo uma qualquer ida a locais de pecado, coisa normalíssima entre gente do mar. Mas Phopho tinha um segredo! Descendente de transmontanos, Phopho tinha nos genes qualquer coisa que o fazia ser diferente, sentia-se estranho quando olhava as sardinhas acabadas de pescar... Via-as ali a saltitar nos cabazes e aquilo aquecia-lhe o sangue, despertava-lhe o instinto primário, aquele que nunca teve, nem mesmo quando a Alzira lhe mandou com uns avanços.
A Alzira era uma moçoila peixeira, também trintona e solteirona. Amiga desde sempre de Phopho, nutria por ele uma paixão exacerbada, que no entanto não era correspondida. Tiveram em tempos um contacto carnal, por alturas da puberdade, mas Phopho apenas o fez por curiosidade, por amizade à sua amiga e confidente, e também porque ela tinha chegado da lota sem banho tomado e exalava um forte cheiro a peixe. Phopho era um homem desinteressado de relações humanas e carnais, apenas tinha uma grande estima pela Alzira, mas ela fervilhava há anos, fruto do serviço mal acabado.
Um dia Phopho estava no porão da sua embarcação, sozinho, pronto para descarregar todo o produto da faina quando um tremor lhe evadiu todo o corpo, uns calores vindos das profundezas do Inferno, e aí ele despiu-se por completo e não resistiu ao apelo do peixe prateado e saltitante, atirando-se às milhares de sardinhas que jaziam no seu porão. Ele rebolava, esfregava-se, extasiado e completamente tresloucado, Phopho sentia-se como um comum mortal masculino a viver a sua derradeira fantasia, que basicamente consiste em muitas mulheres ao molho e nós no meio. No caso dele, as sardinhas eram o fruto desejado. Alzira tinha o hábito de o ir esperar à doca, dava dois dedos de conversa, sempre na esperança de despertar a paixão a Phopho. Subiu a bordo da traineira, e quando desceu ao porão deparou com aquele cenário dantesco, aquela orgia retorcida que não lembraria ao comum mortal. Phopho nem deu pela presença dela e continuou naquele gang-bang frenético. Alzira fugiu chocada, lavada em lágrimas e contou a toda população do bairro dos pescadores o que tinha visto. A populaça, mentalidade retrógada e conservadora apressou-se em cortar o mal pela raiz, pois achavam que era coisa do Demo, e decidiu em bando perseguir e expulsar Phopho da sua comunidade.
Eram 11 da noite quando Phopho chegava a casa e deu de caras com centenas de almas com armas improvisadas na mão. Houve até alguém que trazia uma escamadeira de amanhar peixe. O patriarca da comunidade destacou-se da molhada da quase-gente e disse-lhe:
-Phopho, arrumas as tuas coisas e vais-te daqui. Nunca mais cá pões os pés. Só não te matamos e mandamos ao mar porque sempre foste honesto, trabalhador e respeitador. Mas isso acabou, e não queremos cá as modernices de Lisboa, por isso, vai-te!!!
Phopho, baixou a cabeça, entrou em casa, arrumou as coisas e partiu para parte incerta e nunca mais ninguém dali o viu. Alzira entregou-se de corpo e alma a Deus, entrando para um convento e optando pela clausura. O Phopho, esse partiu para Lisboa, para o buliço urbano onde toda a gente passa despercebida, onde ninguém quer saber de ninguém, e inclusivé até permitem os homens que gostam de homens. Phopho precisava de se perder no mundo, e ali era o local ideal...
Nos dias que correm, sabe-se que Phopho virou metrossexual, giggolo e dealer de coca. Sabe-se também que todos o anos, pelo seu aniversário compra 20 kilos de sardinhas e comemora-o sozinho...

n.a.: Não conheço a figura da imagem! Não a saquei de nenhum lado, apenas a criei com uma ferramenta disponível na Internet. Se for parecido com alguém (desde já os meus sinceros sentimentos), declino já a minha responsabilidade, pois trata-se de uma mera coincidência.