27/10/2009

E por fim, hoje escrevo eu!

Imagina: estás aborrecido, sem sono e sem nada para fazer. Só mesmo por acaso decides criar um nickname numa rede social manhosa, assim do nada, só porque sim... Árdua é a tarefa de o criar sem cair nos clichés bacocos que reafirmam o mau gosto, a azeitice e a mais pura das acefalias.
Caviaremayo nasce em 2007, mais um a juntar à catrefada de nicks que já criei, mas que foi crescendo, foi tendo amigos e comunicou intensamente. Dia após dia alimentei-o até sofrer uma metamorfose estranha e se tornar num verdadeiro alter ego. E assim nasce este blog...
Pela primeira vez na vida, eu, e pela voz do Caviar, comecei a escrever coisas, muitas coisas, que embora de gosto e qualidade literária duvidosa, me deu imenso prazer em escrever. Logo ao início o traço estava definido, um niilista, egocêntrico, histriónico, narcisista, lisboeta, boémio, machista, sem respeito pelo seu semelhante, sempre em busca de situações limite e apologista da extinção absoluta da Amadora, de Chelas, da margem-sul, e claro, os seus respectivos habitantes.
Eu tornei-me nos seus (dele) 5 sentidos, as situações que eu presenciava ou participava, Caviar narrava, mas na sua muito própria prespectiva. E aqui começa o grande problema.

Em Dezembro passado assustei-me quando ao fim de mais um dia de trabalho dei conta que eu, o próprio, tinha passado o dia inteiro a ser Caviar, de carne e osso, de alma e coração, a interagir com colegas de trabalho, e não tinha sido a primeira vez. De certa forma achei engraçado mas a preocupação começou a surgir, isto porque mantive sempre a mesma atitude, sarcástico, inoportuno e a roçar o ordinário. O limite foi quando comecei a interrogar-me como o Caviar reagiria nas situações banais e diárias em que eu me envolvia.

Para vocês, normais, isto é inconcebível, ridículo e estúpido. Para mim, o próprio, é perigoso, perigosos demais quando ando há 35 anos em busca de mim próprio, construindo e destruindo personagens todos os dias para que possa ocupar o meu lugar. É terrível perceber que tudo não passa de um estudo prévio de situações para que me consiga moldar, encaixar, e fazer parte de um mundo que sinto não ser meu. É um teatro constante em que não sabemos as deixas e acabamos por improvisar. Mas as falhas de argumento acabam por acontecer, a frustração invade-nos e a loucura faz o resto. Tenho saudades, saudades de um abraço, um beijo e aconchego dos cobertores. Tenho tantas saudades que nem me lembro ou nunca aconteceu...

O Caviar, como é lógico, acabou. A 6 de Setembro último tive uma situação limite, uma patologia latente deu sinais de si e lógicamente o Caviar não teve nada a haver com isso, mas de certa forma também não irá ajudar daqui para a frente. E eu, o próprio, não consigo escrever nem uma carta de amor!
Tive a maior satisfação em escrever estes posts, em que alguns, de certa forma são auto-biográficos mas distorcidos. Deixo um agradecimento e uma beijoca à gaja que estóicamente me aturou durante 12 anos e que sempre me incentivou a escrever ordinarices. E aproveitando os recados, deixo um esclarecimento ao cabrão que aqui vem há cerca de um ano sempre à procura do "significado de reboot": FODA-SE, REBOOT QUER DIZER REINICIAR O COMPUTADOR!!!


Com os meus melhores cumprimentos,
quero que vocês todos se fodam
Miguel, o próprio

06/09/2009

Cheguei ao fim!

Mais um filho da puta que desaparece!
Desculpem-me....

04/09/2009

You are all my children now!



O Diabo anda à solta, tenta-me por diversas formas inclusivé, por SMS! Não veste Prada, apenas La Perla, branquinha e tentadora que resalta na Luz Negra... Pelo menos quando o conheci foi assim que se apresentou, naquele denso, brilhante e sintético nevoeiro...

Há duas coisas que qualquer verdadeiro Cromossoma Y persegue: o auto-broche e foder duas gajas ao mesmo tempo! Meus amigos, conhecidos e bandalhos em geral, é tudo uma grande ilusão, pois qualquer dos dois exige dinheiro. Esqueçam a parte em que, num hipotético e remoto acaso, a vossa namorada, esposa, empregada doméstica, prima, ou
mesmo aquele destroço que vocês costumam comer nos momentos de aflição, vos aborda com a seguinte pergunta:
-Estás interessado numa "ménage à trois" com uma amiga minha?
Vão-se foder na certa, pois isso é um mito urbano. Os amigos filiados no CDS, aqueles que marraram a vida inteira, continuam a usar polos por cima dos ombros e ainda ainda têm acne juvenil mas com mais sebo, ou ainda qualquer pato-bravo ribatejano, irão logo disparar postas de pescada e a dizer que conhecem ali umas "amigas" que fazem isso por 50 Euros. Tirem a cena do puteiro da equação, imaginem a cena só mesmo com pessoas (incluindo o tal destroço...)! É mesmo só um mito, não vale a pena doirar a pílula, no fundo é como ser o microfone do Marco Paulo, são agarrados por pessoas que gostam de abocanhar tarolos, vão andar de mão em mão, e depois, lá mais para adiante, vão pura e simplesmente ficar a chuchar no dedo, ou em alternativa, tentar a segunda hipótese. Mas o excesso de costelas é fodido...
É devastador olhar para duas tipas enquanto se comem, e perceber fomos chutados para canto porque nos tonámos supérfulos. A melhor coisa para uma gaja, além de sapatos e livros do Paulo Coelho, é ser valentemente comida por outra...

A excepção à regra poderá ser o tal Diabo, porque tem pena ou porque simplesmente curte à brava comer tipos que se babam enquanto vêem duas gajas embrulhadas. Vem de mansinho, ferra-nos dentes e nem questionamos o que raio está a acontecer.
O surrealismo de todo este cenário é que só nos apercebemos que acabámos de ter uma
epifania S54 uns dias depois, que afinal tivemos estômago e não estamos tão velhos assim....

O Diabo é sacana, venenoso e contagiante, e o melhor, quer a nossa alma... Várias vezes!!!
O melhor mesmo será fazer-lhe a puta da vontade e desmarcar aquela consulta no cirurgião plástico para removermos umas quantas costelas.

29/08/2009

Sai-se por onde???

Abro os olhos, algo me incomoda mas não percebo o quê, ao mesmo tempo que me tento situar onde e quando. Estou deitado no sofá, vestido, com a cabeça em cima do apoio de braço, o que me causou um valente torcicolo. De pescoço torto, limpo a baba das fuças com o punho. Além da merda do pescoço, algo mais me incomoda, mas as palpebras ainda estão pesadas e debato-me para focar a visão... Afinal a puta da TV está ligada, uma mira técnica debita uns enervantes 1000 ciclos! Puta que pariu estes gajos, porque não metem uns fractais de Mandelbrot sem som ao invés desta merda sem sentido, assim sempre serviria para fingir que estamos a tripar com LSD ou para enganar uma MILF suburbana que engatámos no Feira Nova, poderíamos dizer-lhe que era uma obra de arte em movimento de um novo artista russo... Estas vacas adoram gajos sensíveis às artes, e isso meus amigos, pode significar um broche até ao fim ou mesmo a anilha. A arte é uma coisa maravilhosa desde que não dependamos dela para comer...
Quem quer miras técnicas compra um aparelho próprio para isso, e não estou a ver técnicos a esperarem pelo fim da emissão para afinarem as putas das TV's. A puta da mira parece a bandeira dos panascas, aquela multicolor, e o som parece música techno do Love Parade!
Até nestas merdas há mensagens escondidas para nos converter a todos à rabetice e deixarmos de procriar.


Mas tudo isto é irrelevante quando disparam as sinapses da memória fazendo-me relembrar da minha verdadeira existência, das minhas poucas virtudes e dos meus excessos de más opções e do inútil sentido de oportunidade que me caracteriza. E nessa altura faço força para não gritar de raiva ainda fresco daquele universo paralelo de onde acababei de emergir, daquele sonho onde tudo isso fica para trás, onde sou brindado com a mais intoxicante e poderosa droga, a puta da felicidade, lá, onde sou a antítese da dura realidade.
Não sei até quando manterei o descernimento para continuar, a pouco e pouco considero a desistência porque as pernas já me falham, mas dia após dia procuro uma razão sólida e plausível para o esforço e para a contenção. Estou cansado e quero dormir, quero o meu universo paralelo, quero parar de marrar contra o vidro e deixar de ser dependente desta fustigante condição bizarra, quero ser linear. Estou farto da representação patética cheia de auto-agressões ilusórias.
Já não sei ser bom, perdi a esperança em ter vontade de acordar, perdi-me a mim próprio e não me encontro, enquanto me debato com este demónio chamado memória preenchida com um lamacento percurso de declínio, carência e ilusão. Não guardo rancor, apenas mágoa...
É triste, muito triste quando nos aprecebemos que os nossos desejos imediatos sejam dormir e sonhar, ou em alternativa, um valente tiro no cornos. Será cobardia? Talvez, mas mantendo-me fiel à Matemática, aquilo em que mais acredito, e fazendo as contas, ela está cada vez menos a meu favor. Tudo na vida são números e física... Pura física! E eu estou farto de fazer contas e equilibrar o fiel da balança.

03/08/2009

Geração tipo...

-Tipo, vais no comboio a recocar as conversas das suburbanas empregadas fabris que decidiram investir um niquinho em conhecimento geral das coisas, tipo, o mundo em que habitam...

-E depois?

-Oh pá, depois é do tipo, sempre a comentar as putas das notícias do Destak ou da Dica da Semana, mas de uma forma inovadora, tipo, já formam, a muito custo claro, uma opinião própria sem ir em unanimismos ou opinião generalizada, discordando até do Sousa Tavares, aquele cabrão anti-progresso e inimigo da tão saudável especulação imobiliária e dos patos-bravos. E olha que estas gostam do tipo...

-Do tipo quê?

-Foda-se, do gajo....


-Ah... pensei que ias exemplificar. Mas afinal o que te chateia nas labregas?

-Chateia-me a cena de começarem qualquer definição do ponto de vista delas, com a exclamação, tipo, "É assim..."

Então é assim, tipo, o caralho que vos foda a todos, não?

03/07/2009

Nos antípodas é que está o ganho...

...que até rima com vão todos para o caralho!

Há três coisas que um gajo deve fazer quando atinge a maioridade:

-cravar dinheiro aos pais, família próxima ou a um amigo otário, para tirar a puta da carta de condução. Convém contar com o suborno, porque teoricamente iremos estar preparados para conduzir uma nave espacial, mas na prática iremos ser mais uns bandidos que irão espalhar o terror e o caos por esse alcatrão fora. Definitivamente os tugas deveriam ser compulsivamente interditos de mexer em qualquer coisa com motor, tanto pela falta de destreza e respeito como pela falta de gosto. Haverá coisa pior do que ser morto por um Citroen Saxo verde alface com luzes do talho que vem em contra-mão na autoestrada?

-deixar de praticar crimes ligeiros. Isto é pura dedução: aos dezoito anos, se fazes merda vais de cana. Esta regra não se aplica a quem, e como se diz agora, "é diferente mas igual", pois para estes, ser criminoso pode ser meio caminho andado para participar em orgias todas as noites. A parte chata é que os gandulos tendem a ser um bocado rústicos e nada carinhosos, e também a esperança de vida é curta, pois toda a gente sabe que a SIDA nasce por geração espontânea na prisão. Isto até daria uma teoria Darwiniana: "A natureza e a sua forma de selecção natural". Esquece também as violações em grupo à "Carmo", a vaca lá da escola. Agora já não é considerado brincadeira de adolescentes mas sim violação de menores!!!

-por último e a mais importante, bazar daqui para fora o mais rapidamente possível e nunca mais cá voltar. Não acredites nas tangas de constituir família, filhos emprego efectivo, contratos blindados, baixas médicas de 3 em 3 meses... Caga nisso tudo! Mete-te num avião e passa o resto da tua vida a ser feliz e a tentar esquecer que alguma vez estiveste aqui, o que não deve ser difícil, pois o inferno já tu o conheces...

Hoje percebi que acabei de fazer dezoito anos!!!

28/05/2009

Has always, I fuck'd Up (repost)

Geração espontânea, assim apareci...
Abro os olhos, sinto a adrenalina, o frio no estômago, o entorpecimento desvanece-se como se vosse uma espécie de rigor mortis decrescente...

A clareza cristalina surge e que vejo eu? Vejo que se me acabou coca, condição sine qua non para aguentar o resto da noite ao som do revivalismo deprimente dos hits dos 80'as. Avaliei a situação em que me encontrava, e o resultado era aterrador: estava mais que fodido, pois nem a toda a droga e álcool deste mundo haveriam de tornar o estropício que teimava em me agarrar e beijar, numa coisa agradável, sensual ou mesmo em qualquer coisa que se assemelhasse ao género feminino.

A pior coisa que pode acontecer a um sábado à noite é sentir-mo-nos sozinhos e deprimidos, pois tomam-se decisões por impulso, e por momentos somos atingidos por uma cegueira temporária que nos tolda todo o processo de avaliação do trinómio noite-gaja-barrasquice.
Recorre-se à Reciclagem e desencanta-se um coirão que outrora desenterrámos numa rede social, e que por azar nos enganou com as fotos, pois o Photoshop já superou a Nossa Senhora de Fátima nas questões milagreiras. Já sabemos ao que vamos, mas mesmo assim insistimos no erro e tentamos enganar-nos com hipóteses remotas do tipo: "Se calhar ganhou o Euromilhões e fez uma reconstrução facial e perdeu 50 Quilos".
Quando por fim o reencontro presencial se dá, começamos a dar conta da asneira, e aí insistimos na auto-ilusão: "Talvez o marido também venha ou hoje só lhe apeteça conversar".

Mas não, a conjuntura veio para ficar e começamos a sentir os primeiros amassos que nem mesmo os lembretes da nossa parte em relação ao corno do marido lhe fazem peso na consciência. A minha última e derradeira esperança é que o mundo acabe naquele preciso momento.
Por milagre encontro alguém conhecido a quem me colo e me serve de desculpa (rocambolesca e inventada na hora) para abandonar aquele antro e aquela situação.
Poderia recorrer ao facilitismo de lhe dizer que estava redondamente arrependido, que ela era a minha forma de auto-mutilação e que a quantidade de coca consumida já estava a fazer efeito e já gostava de mim outra vez, mas tenho um problema grave e raro e pelo qual sou sobejamente gozado por todos, que é o respeito pelos outros. Felizmente é só às vezes...

15/05/2009

Inoportunamente chato e redundante

Sim, voltei! Poderia recorrer à falaciosidade da ressurreição, ou como alguém mais velho me sugeriu, a própria imortalidade, mas corro o risco de ser comparado com a Alexandra Solnado, aquela que é amiga e confidente de Jesus, e que tem provas irrefutáveis disso mesmo visto que o tem adicionado como amigo no Facebook, no Hi5, no Netlog, no Twitter e numa outra rede social muito underground, de acéfalos clínicos que gostam de foder com desconhecidos nos WC´s do Colombo, que se chama IRC.

Mas eu tive uma experiência de quase-morte, que descrevo sem qualquer medo e vergonha, pois toda ela é plausível e de fácil aceitação, não envolvendo diálogos com um incongruente árabe ariano, túneis, manilhas de esgoto, levitação, reencontros com familiares falecidos ou gajos que outrora encornámos e que suicidaram na linha do comboio (é sempre engraçado quando somos os responsáveis por foder a vida dos azeiteiros do Norte, porque houve um filho da puta que resolveu atirar-se ao Alfa), ou qualquer outra história da carochinha.

Comecemos pelo princípio: afinal levei a boca, fui vítima de um dealer sem escrúpulos que me vendeu Ketamina ao invés de Cocaína, o que explica tudo. Primeiro perdi a força e, consequentemente apenas cortei dois ou três vasos capilares irrelevantes. Depois senti aquele abandono corporal, que é conhecido na gíria como “K-Hole” e de seguida a minha visão foi turvada por uma intensa luz branca que balbuciava qualquer coisa imperceptível... A EDP não perdoa a caloteiros como eu, e a minha empregada, uma provinciana do Báltico, andava por lá com uma potente lanterna que comprei num catálogo da D-MAIL, numa altura em que sofria de um distúrbio de comprador compulsivo de coisas inúteis. As drogas, as putas e o álcool são considerados bens de primeira necessidade, não se enquadrando no ponto anterior! Se vierem com a história dos impostos, das prestações da casa e do carro com juros usurários, da comida saudável, da roupa com assinatura, o plasma de metro e meio para ver a runfalhona da Malhoa, a mensalidade do colégio católico que irá formar futuros administradores filiados no "Bloco Central", criminosos hedonistas adeptos de Sushi, cocaína e putas de 15 anos ou mesmo mentirosos compulsivos e assalariados de grandes grupos económicos, que à primeira oportunidade vos enfiarão numa espelunca para apodrecer, e outras merdas com as quais vocês se afogam, iludem e matam devagarinho, eu creio que venço sem qualquer margem para dúvida numa argumentação sobre quem é que sofre de distúrbios de personalidade, bastando para isso estar calado!

Do passo seguinte apenas tenho algumas memórias, não porque tenha sofrido um apagão, mas porque há coisas que preferimos esquecer como forma de preservar a sanidade (o que resta) e acreditar nas instituições... Talvez seja esta mais uma forma de distúrbio mental, acreditar de uma forma recorrente e continuada no estado social e protector quando este teima em nos pontapear e gozar repetidamente. Logo a seguir aos famosos “objectos estranho no recto”, os gajos que padecem de uma sobriedade temporária e que se alienam totalmente da vontade de andar a balir, fazem as delícias de alminhas recalcadas e enfadonhas que adoram gozar os outros apenas para se sentirem superiores e esquecerem o quão merdosos são. Cheguei mesmo à conclusão que a única terapia psiquiátrica existente assenta na administração de cocktails de Largactil e Haldol. Acho que para isso não é necessário perder anos de vida útil numa faculdade de medicina, aquela que vocês irão sustentar ao fedelho que vos irá foder quando forem velhinhos... Basta perguntar a um guarda prisional como é que ele convence um preso a ter um comportamento exemplar!

A minha estada foi de curta duração, felizmente, e apesar de estar reduzido às funções básicas, cagar, mijar, fumar e babar-me que nem um camelo, ainda preservo na minha memória alguns farrapos desses dias.
Tive a sorte de ser encontrado por uma enfermeira que me reconheceu, uma moça de Xabregas que eu adicionei em tempos no Netlog, nos tempos em que meti na cabeça que queria comer uma acrobata. Quando ela me disse que era mestre na arte de pompoar, eu fiquei fascinado, mas esmoreci um bocado quando me encontrei com ela, não pelo facto de ela trazer um saco da decatlon com duas bolas de basket lá dentro, mas porque o priminho dela era um artista do Photoshop. Há gajos com talento porque tranformar um objecto tão grande, digno de pertencer o TOP 10 das “oddities” do Google Earth, num anjo 86-60-86 não é para todos. Mas a cocaína e o MDMA podem ser bons aliados quando, por momentos, necessitamos de abandonar todas as formas defensivas que temos para nos preservar, venerar o belo, sentir uma irresistível paixão, ainda que efémera, e, o mais intangível de todos, o ser verdadeiramente desejado.
Enquanto estive internado, além de me ter feito um valente fellacio até ao fim (e que durou um turno completo, como devem imaginar) como forma de agradecimento por ter sido o único gajo com estômago e tomates, que naquele encontro passado, lhe deu um beijo de língua por mais de um segundo, restaurando-lhe o amor próprio e posteriormente ter conseguido arranjar um marido, ainda que azeiteiro até à quinta casa, lhe deu algum felicidade, ajudou-me a superar o martírio de estar internado numa ala psiquiátrica suburbana administrando-me, à revelia, uma grande dose de Modiodal e assim poder encetar uma fuga impossível, recorrer ao difícil e burocrático acto de assinar um termo de responsabilidade.

A esta altura muitos de vós que não tiveram pachorra para ler esta merda até ao fim ou não tiveram tempo porque estão entretidos a ser sodomizados anonimamente, numa sauna, por um estivador de 2 metros e 130 Kilos (os machos-latinos) ou a ser o centro das atenções de uma equipa de Rugby durante um Bukakke (as virtuosas meninas) estarão a fazer a seguinte pergunta:

-Caviar, mas explica-nos de uma forma breve e compreensível porque caralho voltaste tu?

A todos esses, e ainda aos outros que aqui chegaram porque ainda são mais fodidos da bola do que eu, respondo prontamente:

-Porque me apeteceu!!!

01/03/2009

Two shakes of a lamb's tail


Efémero, eu, entrei na recta final da existência. Como tudo nesta vida tem um fim, exceptuando a estupidez humana , o mau gosto ou mesmo a Amadora, tenho de me resignar ao final de uma vida, curta e desgastante, que exige muita atenção ao que nos rodeia. Não sendo um filho da puta de um católico, considero a eutanásia um bem de primeira necessidade, e até devia ser premiado com uma estátua póstuma, pois representa a elevação do Ser à verdadeira consciência da própria existência. Eu considero o suicídio mais dramático,e como ser histriónico que sou, opto por esta via. Além de fazer mais porcaria, posso sempre traumatizar alguém pelo caminho. Então vamos lá:
Encho a banheira cheia de água quente, pego na grama da boa branca e faço a derradeira linha de uma tragada só. Agora o coração dispara a um ritmo alucinante, a mente clareia e damo-nos conta de nós próprios e da nossa verdadeira finalidade, ou seja, nada! Aproveitamos o balanço, pegamos na lâmina e cortamos as veias dos pulsos no sentido longitudinal, enfiamo-nos na banheira e esperamos pelo frio, pelo torpor, pelo cansaço. E quando fechamos os olhos porque é demasiado cansativo tê-los abertos, vagueamos nas recordações daqueles de quem mais gostamos e somos invadidos por um sentimento, enorme, mas mesmo muito grande, de saudade daqueles que nunca mais iremos ver.
No final, o que fica? Nada...

The End

26/02/2009

O Mistério da Estrada de Sintra - Gourmet o caralho!

BELINHA RODRIGO, a número dois do topo da cadeia alimentar de Alcatraz outrora acumulou funções de revisora de contas apresentadas pelos artistas plásticos. É norma na prisão, sempre que há trabalho fora, cada artista pagar as suas refeições, que posteriormente é reembolsada mediante apresentação da mágica factura. Mas atenção: há normas rígidas a cumprir! Não mais que 18 Euros, nada de alcool, sobremesas finas e outros luxo. O dito documento tem de ser escrupulosamente preenchido e detalhado com tudo o que foi consumido, não vá algum artista marialava querer delapidar o património de JAQUELINO RODRIGO! É conhecida a tendência da maralha para querer tirar a barriga de misérias à conta do património alheio... Em média, demora três meses a ser reembolsado, não sem antes de uma pequena conversa com a ranhosa fiscalizadora que questiona tudo ao mais ínfimo promenor na vã esperança de apanhar um incauto ladrão de trocos! LARA LEE, artista plástica, rapariga na casa dos trinta, descendência oriental, estreita silhueta, longos cabelo pretos e brilhantes, faz lembrar uma cândida figura de Manga! A comunidade masculina, e que ainda resiste à moda popular de abafar nabos, delicia-se à sua passagem, despertando as mais ousadas fantasias, que é um cliché, nas mulheres de diferentes raças... Pouco se sabe acerca desta moça, por levar uma vida recatada e longe de holofotes. Apenas se conheceu um caso, que curiosamente foi com um outro artista plástico que um dia aspira ser G.I. JOE meet ARMANI! Num dia normal na cadeia, a Lara foi chamada às altas instâncias para explicar uma facturinha que causou alguma desconfiança na mente pútrida e abjecta da Belinha... Mais um que queria dar o golpe, teria pensado ela! Mas a coisa tinha de ser muito bem exposta, caso contrário, tão nojento e pidesco papel ira ser sumariamente ignorado, e o seu valor ficaria por conta de tão bem paga artista plástica. Tinha sido um serviço daqueles em que não há tempo para ver as montras, daqueles em que é preciso ver o diabo a esfregar o olho, mas a malta tem de comer... Lara dirigiu-se a uma tasca, pediu uma sandes de leitão, um sumol em lata, o recibo da praxe e pirou-se, conjugando a árdua labuta com o deleite do manjar. Belinha Rodrigo, não contente com a explicação, desconfiada e disposta a não deixar impune tal comportamento exclama com todo o seu poder, inteligência e arrogância:
-Uma sandes de leitão?!?!?! Aqui na prisão não pagamos marisco!

24/02/2009

Até que a morte me separe

A pior coisa na vida de um homem é ir a um puteiro e deparar-se com uma mantelhona formada em sociologia ou um barcherlato em engenharia informática. O azar mesmo é dar de caras com uma que junte os dois anteriores referidos a um vasto conhecimento das redes sociais virtuais.
Putas destas não se ficam quando um gajo está aviado e prontinho para se pôr na alheta, para junto dos seus bastardos herdeiros e respectiva sopeira suburbana, ainda a tempo de mamar com os 6 episódios diários de novelas da TVI, elas gostam sempre de um dedito de conversa sobre as vicissitudes da vida ou dos temas em debate do "Nós por cá". Mas a coisa trás água no bico, pois elas fazem-nos baixar a guarda e deste modo passamos a vê-las como mulheres normais e com quem gostaríamos de ter tido um caso mais sério. Um embuste!!! Assim que adormecemos na forma, dão-nos a estocada final, mudam o diálogo e tendem a atingir-nos no nosso ponto mais fraco logo a seguir aos tomates e à carteira: a sensibilidade recalcada que teimamos em esconder!

Esta merda nunca me aconteceu, mas já ouvi falar de quem tivesse sido apanhado numa destas após ter largado 300 Aérios mais quarto no Sheraton, por apenas uma hora.
A vítima em questão suicidou-se, tal foi o sentimento de culpa. Isto mim nunca me aconteceu, felizmente, porque sou um gajo precavido e a minha escolha lógica recai sobre gajas que apenas falam um dialecto imperceptível, até mesmo para o Carlos Fino.

Hoje tive um rebate de consciência, e só não lhe chamo epifania porque isso me soa a rotice, e como ainda sou um gajo à séria que não foi, nem nunca será atingido por essa praga que é a depressão, só atribuo culpas à idade de que padeço. Hoje soube de que que forma me quero finar...

Quero morrer de Alzheimer, ou como carinhosamente é conhecido: estar com alemão!!!
E porquê? Simples: esqueço-me da minha porca existência, das tristes figuras de uma vida inteira, posso perder-me neste mundo, nu, sem entender puto do que me rodeia, mas com um sorriso despreocupado e sincero nas trombas. Mas o melhor, a cereja em cima do bolo, será a extinção absoluta da minha memória que vocês existiram ou que vos conheci! É que, de uma forma geral, eu não gosto de pessoas, mais concretamente, de vocês todos!

10/02/2009

Postponed

Tenho-me em muito boa conta, considero-me um tipo coerente, perspicaz, verdadeiro e de escolhas acertadas. Bem sei que são demasiadas qualidades para uma pessoa só, mas vão ter de acreditar tal como acreditam nos horóscopos ou no diário da “Maria”, aliás, acho até que é bastante mais plausível acreditarem em mim, pois há gente que até nasce assim. Só mesmo os (mal?) fodidos da vida e pobres de espírito para crer que todos nós vivemos num mundo negro e nublado, cheio de cabalas e armadilhas à espreita em cada esquina para nos obliterar a felicidade e o sorriso, mas nem todos nascem Toys, de esquerda, monárquicos ou na linha de Sintra... e na pior das hipóteses, para aqueles mas pessimistas e adoradores de novelas-empadão da Globo, tudo atrás referido mas no Fogueteiro. Alguns de nós são bafejados sobejamente por carradas de humanidade, embora os “outros” insistam em chamar-lhe “sorte”. E poderia continuar a fazer piadas, trocadilhos e escárnio desta gentalha previsível e enfadonha. Mas na verdade também eu tenho alguns telhados de vidro, mas nada de transcendente, apenas algo que faz com que me enquadre na categoria das pessoas...
...traídas pela sua própria humanidade!

Um dia, lá pelos gloriosos 90’as, quando fui a um puteiro, começou a minha tormenta, que desde aí perdura. Nesse momento tive consciência do meu sentido de oportunidade, um facto que me tem trazido algumas gargalhadas, inamizades, amores, desamores, infelicidade, e por fim, a resignação...
Para os mais velhos, com certeza lembrar-se-ão do famoso humanista misterioso, um filantropo que prestou um valioso serviço público à nação, uma espécie de ASAE do putedo, que chinou umas quantas lúmias por se encontrarem sobrevalorizadas e impróprias para consumo! Nessa altura eu tinha um estranho tique nervoso associado ao consumo de álcool. Os sintomas eram caracterizados pelo sotaque do norte e agir como um azeiteiro. A única coisa que me distinguia era a aversão à bijuteria dourada, ser imberbe e a dificuldade de aquisição de meias brancas.
Era do conhecimento geral que o nosso mais famoso “serial killer” era provavelmente um motorista de pesados do Norte, e eu, numa de quebrar o gelo característico do acto de pagamento da lembrança, tenho a brilhante idéia de lhe perguntar se já conhecia o estripador. Juntando o meu ar tresloucado e o meu sotaque tripeiro temporário, o que se passou a seguir, é uma questão de matemática...
Se num segundo me pareceu oportuno e simpático, logo me arrependi, pois a resmenga desatou numa berraria e nesse mesmo momento entraram dois marialvas que pareciam duas minhotas, tal era a quantidade de cordões dourados e pilosidades faciais. O resto adivinha-se, pois posso dizer que me tornei íntimo dos sacos de gelo e do Hirudoid. Uma coisa vos garanto, os sapatos de verniz, além de execráveis à vista, podem ser muito dolorosos no tacto, principalmente se este for feito com a região lombar e abdominal...
E começava assim a saga do mais característico e preciosos bem, o meu e muito próprio sentido de oportunidade!

A ambiguidade das minhas palavras e acções deriva da minha mais profunda vontade inabalável, mas que em algum ponto do processo sofre mutações. O porquê...? Esse é o mistério!Seria a chave, quiçá, da felicidade e o fim da tormenta que é ter de conviver com a asneira consciente mas incontrolável .
A consequência está cada vez mais insuportável, para mim e para os outros, fazendo mesmo perigar o bem estar de terceiros mais directos, e mesmo assim continuo a caminhar num percurso sem retorno à vista marcado por dissabores, arrependimentos constrangimentos, remorsos, más escolhas, palavras não ditas, palavras inconvenientes, infelicidade... E a lista é interminável!
Espero um dia aprender a dizer na altura certa as palavras doces e sentidas, não desbocar na espuma da revolta, saber o timing certo da palavra “Amo-te”, manter o silêncio e evitar a vergonha. No fundo é manter a harmonia entre o que se sente, o que se diz e o que se faz.

Talvez a ténue linha fronteiriça que divide os meus cíclicos e antagónicos humores seja a culpada, ou poderá ter sido mesmo reflexos condicionados impostos de forma inconsciente e irresponsável por gente supostamente responsável...
...não sei!
Talvez um dia numa outra oportunidade aprofunde esta questão. Até lá, contem sempre comigo e com a minha inconveniência, e perdoem-me se em algum momento vos incomodei.

31/12/2008

A noite dos narcolépticos.

Mais uma volta, mais uma viagem, 364 dias à espera de uma única noite, de uns míseros 12 segundos, que na melhor das hipóteses, só teremos uma ligeira recordação, porque o álcool manhoso tem como efeito secundário as figuras tristes, os impropérios e o chorrilho de verdades que teimam em debitar e nunca o fariam num estado sóbrio... O primário é apenas esquecer, mas a verdade das más memórias é tão bera que se gruda aos neurónios da lembrança, e nem com diluente ela se desvanece.
A histeria instala-se e convida a mesquinhez, co-habitando as duas numa alegre festa. Dá-se o ano que passou por perdido, pois mais uma vez encheram-se de dívidas, não jogaram no Euromilhões as vezes suficientes, trabalharam metade do ano porque o filho da puta do médico de família não assina de cruz as baixas médicas, engordaram 30 kilos, só foderam com gente bera e feia, piores ainda que os respectivos cônjuges, enfim faltaram ao prometido em tudo o que tinham jurado exactamente um ano antes, naquele momento de êxtase em que o mundo, e eles próprios, parecem belos. No fundo é como meter LSD mas sem a carga negativa de os confundirem com um anarca sabujo do trance, mantendo-se assim fiéis ao estilo suburbano chunga e deprimente.
Os clichés são do domínio público, mas executá-los a todos é o caralho, a não ser que sejamos uma contorcionista chinesa, um polvo, um super-homem com ou sem cadeira de rodas (homem é apenas para uma visualização da personagem), com o dom da manipulação do próprio tempo, porque vestir roupa interior azul, enquanto estamos em cima de um banco equilibrados apenas no pédireito com uma nota na mão, aproveitando a altura e remexendo no armário das panelas para deitar fora uma peça de loiça velha, formulam-se desejos a comer 12 passas sicronizado com as derradeiras 12 badaladas... Foda-se, pensar nisto até dói, não sei se pela dificuldade ou se pelo mau-gosto destes lugares-comuns da quase-gente!!!

Eu, embora com o meu característico estilo blasé, também tenho as minhas rotinazinhas. Estarei a comer à canzana,o pandeiro a um vacão qualquer enquanto faço doze linhas nos costatos da mula, sicronizando as badaladas com as bombadas dadas nos fundilhos, acompanhando o respectivo som do sino com o som dos cornos da gaja a bater na cabeceira da cama. Os desejos formulados, esses são diferentes. Não são doze, mas apenas um: “Espero sobreviver a mais este...”

Apenas desejo um Bom-Ano para mim, porque me é indiferente a vossa felicidade ou infelicidade. Basicamente quero que vocês todos se fodam!!!

17/12/2008

É uma pena...

Há merdas que me desalentam, que me fazem desacreditar na Humanidade e também nas mulheres em geral.
São poucas ou mesmo raras as ocasiões em que não olho para uma fêmea e não imagino sexo à bruta e javardo. Coisas de gajos à séria... Mas como é lógico, há umas mais que outras, o que prova que sou um gajo sensível e nada fútil. Também varia conforme a minha disposição, pois quando me sinto deprimido e com falta de amor próprio imagino cenas cheias de romantismo acompanhadas de olhares cúmplices e musicas a condizer, relegando o pinanço em si para segundo lugar. Claro que estas ocasiões são raras, felizmente, pois tenho uma mezinha que se tem tornado infalível, que consiste básicamente em lembrar-me das seguintes coisas, e por esta ordem: casamento, T2, Cacém, cornos, filhos, dívidas,excesso de gordura, falta de sexo, suicídio... Há também uma segunda opção infalível que dá pelo nome de cocaína, mas a crise chega a todos e o meu dealer não foi excepção. O filho da puta deu-lhe para cortar a cena com Zoloft coisa contraprocedente para quando se quer pensar em barrasquice.

Tenho feito que nem abutre de volta de carne “al dente”, das tais que nos fazem semi-cerrar os olhos, ranger a dentuça e soltar um sorriso traiçoeiro, advinhado-se o pensamento. Resolvi dar a estocada final, investindo de corpo e... pouco mais porque se considerar que tenho alma também tenho de considerar a sincera boa-vontade das pessoas na quadra natalícia:

-Olá, eu sou o Dias, Jafu Dias, muito prazer, assim espero!

-Olá, eu sou a Sara, gaja apatecível e boa de caralho, mas só gosto de lamber carpetes!!!

10/12/2008

A intrínseca relação entre o verbo querer e fazer

Afinal não sou assim tão diferente dos outros.
Dado o meu estado avançado de decomposição no que toca ao comportamento social, legal e moralmente aceite, tive que recorrer ao maior logro da história da medicina: o SNS e o médico de família, a que carinhosamente chamamos de "Médico de Família". A minha ideia desta mística e poderosa figura que representa a salvação (terrena, está claro), era um tipo de forte personalidade, altruísta, cheio de boa vontade e quase tão terno como a Floribela (até mesmo no especial trato e carinho com as crianças), só que sem o sotaque matarroano, sem qualquer referência que nos remeta para o mais retorcido deboche e com maior capacidade de fingimento. Claro que não acreditava que fosse tudo igualzinho à série da SIC emitida à uns anos atrás, também não sou assim tão burro, porque só mesmo num mundo ficcionado é que um homem tem como filho um puto estúpido e mimado que acha que dar autógrafos é uma profissão. Um médico a sério "arranjava-lhe" logo uma qualquer doença rara e terminal à prova de Dr. House, convencia o fedelho a fazer um Inter-Rail para a Holanda, onde a eutanásia é bem tolerada. Era juntar o útil ao agradável, pois livrava-se de um filho da puta de um bastardo que num futuro próximo lhe iria foder a guita toda da reforma em droga, em honorários com advogados, fianças e lógicamente um curso superior de 10 anos numa Universidade privada, num curso com um nome supimpa mas que nunca irá ter quaquer utilidade prática e, por outro lado, praticava um acto de solidariedade às gerações seguintes que só assistiriam ao Disney Kids apresentado por aquela mula ingénua disfarçada de Lolita, mas que arrasa com uma equipa de Rugby.

Dei de caras com a triste realidade de estar enfermo e necessitado, e por isso tive de recorrer a um tipo que diz ter um diploma, que estudou muito e que supostamente é um grande conhecedor da fisiologia das pessoas. Se é assim tão inteligente porque caralho passou os últimos 30 anos a ver frúnculos e varizes de velhas podres e resmengas? Porque se tornou numa espécie de dealer de droga preferido dos lares da 3ª Idade, da Inatel e das excursões a Badajoz? Porque não foi para cirurgião plástico de vedetas que garantem bicos vitalícios em troca de um par de mamas? Estas e outras questões pertinentes fazem-me duvidar das capacidades profissionais e intelectuais destes tipos... Mas teve que ser, tive que encarar um deles de frente, mas para minha surpresa, não correu assim tão mal como esperava. Não me receitou drogas, antes até pelo contrário, disse para as evitar, coisa estranha vindo de quem vem. O cabrão do Pequito cortou as vazas a estas sanguessugas, pois desde que meteu as beiçolas na corneta acabaram-se as viagens à República Dominicana. A comissão deve ter passado a ser paga em canetas manhosas de plástico com desenhos de estômagos...
Apenas me receitou interacção social. Pura e dura! Ainda lhe perguntei se os bares de alterne e puteiros em geral serviam para o efeito. Mas não, tinha de ser algo sério, onde eu fosse desejado apenas pela pessoa que sou e não pelas quantidades de dinheiro e droga que estou disposto a largar por umas horas com uma mantelhona. Tinha de ser uma socialização sincera e desprovida de interesses materiais.
Questionei-o sobre o porquê de tal "medicamento" amargo, intragável e menos provável que a eleição do Garcia Pereira para uma merda qualquer, e ele disse-me que estava a começar a apresentar sintomas de Sulismo. E que raio é o Sulismo??? É uma doença que dá nos homens às portas dos "trinta" e tem como sintomas a indiferença perante um programa nocturno que dá prémios e é apresentado por uma qualquer cabra pró, semi-nua, aspirante a puta, e chupista profissional, vulgo RP/Actriz/Empresária. Na sua fase mais avançada faz-nos gostar de futebol ao Domingo e discuti-lo à Segunda e, na sua fase terminal e sem retorno, começamos a ponderar em formar uma família (com putos e tudo), e arrendar um T1 na Baixa da Banheira. No fundo é uma espécie de morte e inferno por antecipação mas sem o fedor, o velório, as flores e as carpideiras. O termo inglês para esta doença é ZOMBIE!

Saí da minha consulta com mais dúvidas do que certezas. Onde iria eu encontrar a tal "interacção social"? Comecei a ponderar em inscrever-me nos Jeovás, mas a questão de ter dia certo para ver o padeiro e acordar cedo ao Domingo para importunar suburbanos deixou-me pouco à vontade.
Ainda pedi informações para me associar à Opus Dei, mas afinal eles só aceitam gajos que sejam crentes convictos. Foda-se, estes gajos são mais papistas que o Papa. E pasme-se, também não aceitam padres, panascas e pedófilos em geral, só mesmo punheteiros adoradores de água fria e vergastada.

Por sorte, e talvez por piedade, recebi um convite para um jantar de Natal entre colegas de trabalho. E parece que foi um convite sentido, porque aquela malta sabia da minha condição enferma, e por breves instantes foram assaltados por um espírito de compaixão próprio desta quadra. Mas repito: foi apenas por breves instantes, porque no minuto a seguir voltou tudo ao normal, pois eles desataram a dizer mal uns dos outros, mas de uma forma precavida, ou seja, pelo modo dorsal. Fizeram-me prometer que me ia comportar segundo as regras deles, ao que acedi , mesmo desconhecendo-as. Mas sabia ao que ia, não estava assim tão a Leste, pois é do domínio público as regras deste tipo de confraternização.
E pasme-se, (novamente esta expressão ridícula, sinais cada vez mais evidentes do Sulismo) até estava com um nervoso miudinho, ia ser a minha primeira vez.
Outrora ainda tentei uma proeza estas, de comparecer um evento destes, mas acagacei-me e acabei por desaparecer logo ao início.

O tempo foi passando e o Dia D chegou. Já levava tudo ensaiado e interiorizado, mas também não haveria de ser difícil nem estranho, era só entrar no comboio.
Juntei-me ao grupo dos supostos machos Alfa, só naquela de perceber quem eram as colegas assim mais libertinas, ou então as mal-casadas que desafogam as mágoas ao fim do primeiro copo de tinto, e desta forma revelando os pontos fracos e posteriormente o Ponto G. Em qualquer um dos casos citados (e mesmo todos os não citados) o objectivo é o mesmo: a tão apetecível e perigosa queca laboral!

O meu espanto cresceu a um ritmo inversamente proporcional ao da tesão, pois a conversa daqueles labregos versava basicamente em insinuações panascas e sodomitas entre eles, e nos mais variados locais e situações, fazendo um qualquer pornógrafo profissional estrangeiro um verdadeiro anjo inocente. Os nacionais ficam de fora, porque pornografia e bestialidade são coisas distintas.
Que raio de panca estranha, ainda para mais um dos maiores picha-d'aço de Lisboa e Além-Tejo também lá estava. Mas o maior interesse geral parecia recair sobre a ridicularização da vida sexual de terceiros, ou então, por questões de conveniência perceptiva, chamemos-lhe "Dor de Corno".
Desatei a beber na tentativa de me integrar à força, mas o meu instinto de sobrevivência não mo permitiu. O final foi triste, pois estava ébrio como um motorista de um TIR e enjoado. O enjôo devia-se à merda da comida servida, à conversa sobre as mil e uma fanchonices ocorridas num balneário desportivo e à má língua do gajedo em relação aos não-presentes. Pareciam faquires... Lá pelo meio ainda ouvi um cromo a dizer "Amigo Secreto e tal..." FODA-SE!!! Um gajo tem limites, tanto no mau gosto como no fingimento. Só tenho a capacidade de fingir que gosto de alguém durante 1 minuto, é como suster a respiração. Pelos vistos para esta malta, é como respirar.

A ver se entendo: ando um ano inteiro às turras e em desacordo com esta maralha, passo a vida a dizer mal deles, quer à frente quer atrás, considero-os uns incompetentes e acho o gajedo a coisa mais desinteressante. Quer isto dizer o quê? Que tenho apenas um mês por ano para me redimir? E porque raio fico a odiá-los ainda mais? E estou eu doente? Ser normal é ser assim? Quero que tudo isto se foda!!!

Desenfiei-me daquele martírio e fui à minha vida, ou melhor, ao que resta dela. Com sorte ainda apanho SIDA, gonorreia e candidíase. Não deve haver melhor remédio contra esta maleita estranha que me assolou, com a vantagem de ser menos doloroso que a cura...
Pouco antes de virar o barco, já estava no meu mundo. Nem sei se o estafermo poderia ser considerado do género feminino ou mesmo humano, mas àquela hora, e ainda para mais na linha de Sintra foi o que se arranjou no primeiro puteiro que encontrei aberto. E a última coisa que recordo antes de revirar os olhos foi de dizer à vacarrôncia ucraniana, enquanto lhe agarrava a cabeça pela nuca e a forçava a meter o focinho entre as minhas pernas, a única frase com piada que reti naquele hipócrita e enfadonho convívio:

"Só fazes se quiseres!!!"

22/11/2008

A perniciosidade da minha inbox

A rotina diária é um dado adquirido de qualquer Humano, mesmo que sofra de uma doença degenerativa da mexela. Vejam-se a malta com Alzheimer, que não têm a mínima consciência de Ser mas no entanto borram-se sempre à mesma hora, fodem sempre as mesmas estatuetas compradas nos chineses, e mais raramente quando falam, trocam o nome da filha que cuida deles pelo da outra que se esteve sempre a cagar para eles, que lhes fodeu a guita, que os deixou cheios de dívidas por um dia terem sido fiadores do T3 de Massamá, mas que ainda assim era o rebento preferido por ter uma personalidade rebelde e vincada, ao contrário da runfalhona que lhes limpa o cú, que foi sempre muito caseira e certinha mas que acabou casada com um taxista do Cais do Sodré que lhe dá nas fuças quando ela se queixa do dinheiro que ele gasta nas putas do Técnico. Até esta merda é uma rotina que parece estar entranhada nos genes de um vacão suburbano de Queluz, que terá um futuro mais do que certo a levar nas fuças, emprenhar 3 vezes, engordar até aos 80 kilos, cheirar a oleo de girasol, e que num
momento de curta pausa sonha com outra vida quando lê a Nova Gente e vê a vida bela das "beautiful people", enquanto o pai cagão está a bezerrar e o marido está a lavar o táxi, de fat'trêno tricolor e sapatos de verniz. Até as atrás mencionadas "beautiful people" (este termo não reflecte propriamente a realidade, é apenas irónico) são bichos rotineiros, é vê-los de festa em festa a ver que fia mais uma grama e mais um flute de Raposeira.

A rotina... há que diga que a quebra, essa malta que adora escrever "carpe diem" em tudo o que é perfil de rede social, numa de intelectuais, de aventureiros, de gente sábia que quer marcar pela diferença e que têm a mania que são os serem mais felizes, mas no fundo são ainda mais rotineiros que um casal na meia-idade que fode durante 5 minutos de mês a mês, sempre à missionário e que os preliminares consistem em dizer:
-Maria, apetece-me foder...
-Oh Manel, estou com sono e cansada...
-Então dorme e descansa, só preciso que afastes o joelhos!

Aqueles que insistem em seguir à risca os conselhos das revistas para gajedo liberal, hedonista, esclarecido e letrado, são ainda mais rotineiros que a própria rotina pois dia a após dia, hora após hora insistem nos mesmos clichés futeis na tentativa de marcar pela diferença, mas acabam sempre por cometer as mesmas asneiras. Metem-se sempre com o gajo casado do escritório, fodem 2 ou 3 bolas de berlim de uma vez quando levam a respectiva tampa, vão à Zara às escondidas, vão sempre à mesma parteira fazer o desmancho porque mais uma vez foram numa saída de gajas e acabaram na cama com um mirandês tocador de banjo da Tuna da Universidade Católica, e o risco de terem um filho cocainómano com tendências sodomitas ou revolucionárias, um militante do CDS ou uma putéfia intelectual, é demasidao grande.

Eu também sou rotineiro, nem o nego, antes pelo contrário. Aceitei essa minha natureza porque sofro de Obsessividade Compulsiva, além de ter uma personalidade histriónica, fronteiriça e psicótica. Mas as minhas rotinas são inócuas e tento variar em certas coisas, também tento marcar pela diferença, mas não para mostrar aos outros, apenas para meu belo deleite e porque quero. E apenas num aspecto, gajas e barrasquice. Reforço: num aspecto! (Para os Canídieos críticos da coerência) É que ambas são indissociáveis! Pino qualquer uma, de qualquer maneira! Haja vontade, paciência e dinheiro.

A minhas rotinas mais cerradas têm o seu apogeu pouco depois de acordar, e o perigeu dá-se a meio da manhã!
À parte do acordar, do banho e todas essas merdas higiénicas que se fazem pela manhã (partindo do princípio que não somos uns gunas de Chelas javardos ou dondocas cinquentonas consumidoras de Number 5), tenho tudo programado ao nanómetro e nanosegundo. Tudo porque não me lembro de nada, mas faço tudo isso em piloto automático, inclusivé vestir-me conjugando as cores. Ora digam lá se isto não é rotina?

Quando chego ao trabalho vejo o mail, desato a apagar as ofertas de Viagra martelado made in México e os convites javardos de mantelhonas ucranianas. As supostas piadas em corrente com a respectiva muleta gráfica feita em powerpoit e em brasileirês, e a puta da criancinha monglóide que nasceu com apenas um olho na testa e que mesmo assim teima em desaparecer, vítima de rapto de uma rede de pedófilos e esclavagistas tripeiros, envio em quadriplicado aos respectivos remetentes. A merda toda é que esta malta sofre de perca da memória imediata, para simplificar, são os figurantes do Preço Certo, aquele concurso do punheteiro, das mantelhonas eslovacas e do primo transmontano do Porquinho Babe, que faz com que eles riem e chorem 4 vezes e passam o dia a telefonar para contar a última anedota sobre o Benfica e da desgraça de um puto rançoso... Quase que me apetece de os acusar de rotineiros! Tudo isto enquanto bebo o meu café merdoso, mas que insito nele e que só custa 30 cêntimos!!! Nisto tudo só não há rotina na máquina do café, porque nunca sei quando ela me vai foder a guita e não me dá café! Mas ela também não pessoa, embora tenha mais personalidade que muitos que a utilizam.

Hoje a minha rotina foi quebrada abruptamente. E não, o seboso e anafado do Pacheco Pereira não me enviou spam nem me telelfonou a dizer mal do próximo presidente do PSD (partindo do princípio que o estropício que muitos insitem em chamar de mulher tem os dias contados... mas estamos na Tugolândia, onde tudo pode acontecer, inclusivé o Carlos Cruz ser ilibado e feito Comendador). Recebi uma circular interna (fina esta empresa, que usa as novas tecnologias para espalhar o caos e o pânico), que me convidava para assistir a um musical. Como ainda estava sonolento, fiquei contente porque nunca ninguém me convida para essas coisa que incluem interacção social, os únicos convites que recebo são de tipas casadas com estranhas pancas, e como sabem que alinho em chavascal barrasco sem grandes cerimónias, e claro está, guardo segredo, chama-me para lhes quebrar a rotina não só! O anedótico é que isto acontece rotineiramente...
Comecei a ler vagarosamente e esperava o pior, porque lá pelo meio li de soslaio "West Side Story". Mas eu detesto musicais porque detesto a bimbalhice americana, todos aqueles leitmotifezinhos cheios de clichés mais que prováveis e ainda por cima cantados em falsete por gajos durões. Se comecei a ficar desanimado, pouco tempo bastou para o mundo se desmoronar. Li a palavra Politeama! Foi como uma sineta pavloviana. A primeira coisa que me veio à cabeça criancinhas castrati sodomizadas por reformados grisalhos com uma incongruente voz de bagaço sem a mínima aptência e sentido estético para o que quer que seja. Nem mesmo viver de fundos estatais. A segunda foi a coisa mais abjecta e deprimente que alguma vez foi feita no mundo do espectaculo, que é o Teatro de Revista (muito embora o Quim Barreiros se tenha esforçado). A terceira foi o João Baião. A quarta foi 605 Forte diluido em Ácido Clorídrico.
A malvadez da empresa nunca antes tinha atingido este colossal requinte, quase de certeza foi feito em outsourcing, pois não reconheço tão avançada inteligência no que toca à tortura premeditada aos cabecilhas lá do pardieiro envidraçado. Até agora era sempre o vulgar de Lineu, ou seja, regar árvores à chuva! Os cabrões querem quebrar a rotina...

Le Grand Finale?
"Atenção: o bilhete é válido apenas para uma pessoa!"

20/11/2008

Os efeitos colaterais da coca nos yuppies dos 80'as

Aqueles gordos e sebosos quarentões, com a trunfa puxadinha para trás à custa de muita nhaca pastosa, cheio de salamaleques e deferências fizeram uma colossal cagada. Vítima da especulação, do Urso e do Touro, do off-shore, do inside trading, do dumping, dos futuros e etc., o BPN entrou numa espécie de cura toxicológica. Esta mesmo feita por uma clínica de pricípios duvidosos, que cheia de samaritanismo, altruísmo e dever social, se chegou à frente na esperança de contribuir para um mundo melhor... Só a título ilustrativo, tipo Igreja Maná.
E onde entro eu nesta merda toda? Não! Não sou Yuppie nem cliente do Banco.
Por ironia do destino (e por eu próprio ser irónico) encontro-me tecnicamente falido. Então, porque sou um fiel contribuinte e pessoa de bem mas que insiste na irresponsabilidade, aproveite esta onda de Estado Social e Protector e eu próprio seja NACIONALIZADO! Metem um douto administrador a fazer a minha vez no que toca a contribuições, responsabilidades financeiras e sociais e EU, espécie da raça (des)Humana, seja exonerado das minhas funções sociais, contributivas e socias e me seja aplicada a pena de reforma dourada. Passo a ter Plástico de Platina ilimitado, cartão VIP dos puteiros de alto gabarito, carta branca na TAP, vouchers para os melhores Hoteis do Dubai, conta aberta nos melhores dealers estatais, certificados de aforro, enfim todas esses pequenos regalos que as pessoas de bem e da cor predominante têm direito.
Ah, só dispenso uma coisa...
...foder criancinhas!

18/11/2008

Deixa-me cá ouvir o mar...

Não sei o porquê, mas desde chavalo que tenho um estranho encanto por conchas, búzios e todas essas merdas. Todos me diziam que isso era coisa fanchona, exclusiva de gentes com tendência para a decoração de interiores, para o vegetarianismo, filosofias ZEN e que também gostam de jogar à bola semanalmente com a maralha lá do serviço. Acho que a esta última lhe chamam "revelações de balneário"...
Mas eu apenas sinto uma atracção paradoxa, da mesma forma que mantenho uma relação amor-ódio inexplicável pelo Paulo Coelho e por livros de auto-ajuda para ex-leitoras da Maria , que nos entretantos evoluiram na sua intelectualidade e condição social. Afinal uma distinta esposa de um pato-bravo transmontano tem um estatuto social que as obriga a certas ideosincrasias e postura perante a sociedade, pois os tempos de labarjice de puteiro já se foram.

Hoje e só hoje, passados tantos anos de dúvidas e tormentas que quase me fizeram escrever para a Maria ou recorrer à própria incoerência dos ditos livros de auto- ajuda, tive uma revelação que me aliviou e surpreendeu: Há uma razão máscula para esta minha estranha obsessão!!!

11/11/2008

Querido Pai-Natal:

Este ano portei-me mais ou menos, mas queria que me desses atenção. Afinal nem sempre fui assim... Já fui um menino inocente, já fui uma pessoa de bem, já fui pessoa, PONTO!

Aquilo que te peço são apenas bens materiais, pois a saúde, a felicidade. as meias brancas e os livros do Paulo Coelho são para os azeiteiros e fracos de espírito. Eu cá gostava de algo vistoso, verdadeiramente útil, caro e bonito. Claro que existe algum contra-senso nestes quatro adjectivos juntos, mas mesmo assim penso que não será de todo impossível...
E perguntas tu: (sim, tu. Apesar da tua suposta avançada idade, considero o tratamento por "tu" um sinal de respeito e além disso não sou barão falido da linha que trata o filho por "você")
"Que caralho fizeste tu para mereceres tal presente impossível?"
Perguntas bem, mas isso não passa de pura retórica, perda de tempo e ironia, tudo misturado. A resposta é simples: NADA!
Fui o biltre do costume, mas fui verdadeiro, nunca menti (não confundi com "não omiti"), fui fiel a mim mesmo, e claro está, nãao entrei no comboio da hipocrisiainstitucional. Será que isto nãõ é razão mais do que suficiente para ser merecedor de um presente? Se não, afinal qual a verdadeira definição de "portar bem"? Dar dinheiro aos pobrezinhos? Ser amiguinho dos animais?
Que se fodam os indigentes e a bicharada, apraz-me muito saber que há malta ainda muito mais fodida do que eu, com a benesse de não pagar impostos. No dia em que houver IRS na esmola, eu dou; e no dia em que os leões deixarem de matar, eu adopto um!
E é mesmo por isto que te peço uma prenda, pela minha sinceridade, que embora seja execrável, é a verdade mais pura e alva que brota do meu coração...Além disso este ano entrei num abismo económico-financeiro (irá ser tema de um futuro post) que me quebrou o alento e quase me fez cometer suicídio bem ao estilo dos anos 20/30 por alturas da Grande Depressão. Só que o meu acto não passava por atirar-me de um edifício alto, mas sim filiar-me no Bloco de Esquerda, largar a cocaína e colar uma bandeira portuguesa antiga, aquela azul e branca na traseira do carro. Mas por sorte lembrei-me de ti a tempo, porque tu és mais credível, e ainda mais importante, a tua exstência é bem mais plausível que as hipóteses anteriores.
Ah, a prenda, é verdade... Se conseguires arranjar-me uma mulher com os quatro adjectivos que referi ou que goste de mim verdadeiramente e/ou incondicionalmente, nunca mais nesta vida te peço algo!

Pelo sim, pelo não, até para o ano que vem.

C&M

19/10/2008

A mão que aperta o laço,

é a mesma usada para tapar os olhos, para não ver a vítima.

Este carrasco é incompetente, sensível e falso. Nem ousa sequer pedir o perdão ao condenado, como é da tradição dos profissionais da actividade.
Mas a corda partiu... e eu, ainda estendi a mão ao cair no cadafalso, para não me estatelar no chão! Mas o carrasco, o sensvel e falso, estava a desviar o olhar, para não ver o "último estretor do morto". Tem nojo, o gajo...
A bem dos meus pecados, aterrei na palha, no fofo, amenizou a queda e deu alento a uma nova esperança de continuidade. Mas também pode haver o reverso da medalha, ou seja, uma morte lenta e dolorosa, provocada pelo tédio, mesquinhez e filhaputice. Mas nessa altura cometo hara-kiri, porque soa a honra e tem alguma mística, digno de um final heróico. Se cometer suicídio, sou um cobarde, louco, alucinado, e morro no esquecimento. No fundo ambas as coisas vão dar ao mesmo, mas mudando a palavra, muda o sentido. A título de comparação, podemos usar a regra "três-simples" ou seja: "O Chefe está para Amigo assim como a filhadaputa está para X".
Eu a falar de matemática? Só posso estar louco... ou fodido da vida!

Por falar em laços e desenlaces: now it's time to take a break and see the horizon!

Felicidades para ti, e já agora, para mim também! (Pelo menos já devo merecer)
Xhuac!!!

01/10/2008

Quando acordares, ja ca nao estou... Beijo!

Porque há desencontros e porque há mutações, e porque nos desviamos em qualquer ponto do percurso, e porque deixamos de ver virtudes para passarmos a ver apenas defeitos, mas porque nem tudo foi mau, mas porque há algo além maior além de nós, e porque queremos ser felizes, e porque sim...


30/09/2008

A vida e o Monopoly

"Avance até à casa da partida!"
-Fixe! E os dois contos...?
"Dois Contos?!?!?! Vai dar o cu p'rá estrada!!!"

23/07/2008

Freaking Bubble

Haverá coisa mais chata do que um eczema ou mesmo a sarna? Estas merdas dão infindáveis comichões, além de deixar a pele num estado lastimável e repugnante. A sorte das vítimas é que a maleita as abandona da mesma forma que surgiu, ou seja, num instantinho. Convém referir que estou apenas a considerar os casos das pessoas, de gente, e não de sociopatas que insistem nessa merda de cheirar a cavalo ou mesmo imitar os elefantes, que se banham na lama para se protegerem dos mosquitos. Desconfio que esta sub-gente vê os programas do National Geographic ao Domingo e depois imitam os paquidermes, mas fazem-no no esgoto a céu aberto mais próximo. Arrisco mesmo a dizer que estes "animais" já nasceram assim, e consequentemente, transmitem aquela merda para o meio ambiente. Serão ideossincrasias da chungaria ou ramanescências de um comportamento barrasco ainda latente na evolução da (sub)espécie? Que se foda isso, nem quero saber, apenas queria fazer um paralelismo entre a chatice da doença e a chatice da gente chata! Mas acabei por me perder...
...mas já me encontrei!!!
Ao contrário da incoveniência que acima citei, a gente chata não dá comichão, mas primeiro que desapareça é o caralho. Insistem em ficar sem ser convidados. E mais! Falam! E fazem-no sem parar, coisas sem sentido. Aparecem do nada, apanham conversas a meio e vai de um chorrilho de opiniões. Opinam de uma forma idiota na vã tentativa de ser engraçados, embora ninguém manifeste vontade de rir, coisa que os faz emendar a idiotice com pura estupidez sem nexo e desprovida de conteúdo. E aí, sim, arrancam qualquer coisinha à maralha, mas que infelizmente não passa pelo humor, apenas um misto de tristeza, desconforto e aborrecimento. E o pior é que eles insistem em dizer que têm amigos. Amigos esses que devem ser nossos clones, porque invariávelmente também passaram por situações idênticas às nossas ou têm coisas iguais...

Felizmente as erupções cutâneas não falam e desaparecem numa questão de dias.

SHUT THE FUCK UP!!!

30/06/2008

Sardinha Affair

Bacalhau quer Alho productions
"Sardinha Affair"
a novel by jakk & caviaremayo
O Phophinho...
Filho do Phopho, cresceu pelas ruas da Musgueira! Saiu baixinho, fruto das drogas que o seu pai vendia... e ele de tenra idade consumia. Apesar do acesso a material de 1ª, a tendência do Phophinho ia para o verdadeiro shaimita do apita e cavalo com nostan. Phophinho franzino começou na inocente chinezita, tadito, mal sabia o que o esperava. Um pacote fazia-lhe o dia, dois pacotes era uma festa. O petiz, passo a passo lá ia vivendo de tubo nas beiças, no vai e vem do caramelo, até que as quartas já se iam por hora do almoço... Seu pai, tudo lhe dava, não queria que lhe faltasse nada. Dinheiro não faltava, um cachucho dourado, um carro tunning, Ibiza Cupra útimo modelo, jantes douradas, faróis prateados e a bela da luz negra debaixo do chassis. No dia 29 de Fevereiro, aniversário do Phophinho, seu pai apercebeu-se que algo estava errado. No momento em que lhe deu o presente de anos, aquele limpa-unhas, especial, feito por encomenda para limpar a unhaca do mindinho... Ouro de lei, com um brilhante incrustado e uma gravação com letras bonitas para que todo o Mundo soubesse quem era o digno proprietário: "Phophinho! Mas Phopho reparou nos mortiços olhos do seu filho e na quase ausência de emoção que tal oferenda significava! Aquilo era a afirmação do seu filho como um Homem, um ritual de passagem da adolescência para adulto. Era a derradeira confirmação do seu estatuto como Macho Alfa, logo após da bebedeira e putedo que se seguiria, mas isso era só acessório. O verdadeiro troféu era o Limpa-Unhas! O rapaz ficou contente por tal consideração, afinal era para aquilo que tinha nascido! Phophinho agarrou o presente, agradeceu, e saiu porta fora como se de qualquer coisa tivesse esquecido. E as putas? E a vinhaça? Phopho ainda pensou por momentos, que Phophinho tivesse aderido às novas modas da sodomia, mas tal era inconcebível. Ele era a descendência do mais puro gene latino e além disso, Phophito nunca tivera muito jeito para escolher o que vestia nem tão pouco conjugar cores. Foi nesse momento que Phopho se apercebeu... Para dentro de casa, nunca se pensa na desgraça que se provoca aos outros. Como poderia ter deixado aquilo acontecer? Por muito que Phopho o tivesse avisado, Phophinho quis ver na realidade como era. Mas o que mais chocava Phopho era o facto do filho nunca ter metido a gânfia no ganha-pão caseiro, mas sim, ter sido cliente do Gangas, um asqueroso Nortenho e agarrado-traficante, que era conhecido pelo seu dom da Multiplicação. Gangas usava uma técnica velhinha e cobarde, os famosos 50/50... 50 de cavalo martelado mais 50 de Nostan. O filho da puta tinha provocado tanta morte de carouchos que o Estado ainda pensou em contratá-lo para acabar de vez com o flagelo da droga. Só não o fez porque o Gangas não era do PS.
Por muita estela e mistela que enfiasse, um dia Phophinho acordou de pingo no nariz, a dor dilacerante nos rinzes e o estado febril em que se encontrava não deixava margem para dúvidas: Phophito era agora mais um número para as estatísticas do Instituto da Droga e da Toxicodependência em relação aos putos não-betos existentes...
Phophinho foi para a cura, coisa que não lhe custou, largar o pó foi demasiado fácil. Não era bem aquilo que procurava, a insatisfação continuava mesmo quando ele bezerrava e se coçava todo na tasca do Toni, algo mais o atormentava, a droga não lhe compensava a insatifação interior que o queimava. Faltava-lhe algo, e apesar de lhe dar tudo, o pai não era propriamente o Ambrósio!
Foi no centro de recuperação que conheceu a Guilhermina...
Guilhermina, filha de uma peixeira, cheirava a vinagre das mãos e era sebosa para caralho. Moça de poucas palavras, desconhecia-se a razão porque tinha caído no vício. Ela nunca fora muito sociável, nunca tivera amigos, nem sequer as sempre culpadas más companhias. Tinha caído sózinha, o que levava a querer que o tenha feito de plena consciência e por mote próprio. Mas à medida que caminhava para o abismo, Gulhermina sentiu-se impelida a arranjar subsistência para o vício, porque fora renegada pela sua Mãe, que além de ser uma peixeira destemida, era também mãe-solteira. Guilhermina juntou-se ao Funesto, o seu ex-namorado, que tinha a panca de a papar sempre sebosa e antes de qualquer gota de água lhe tocasse nas suas intimidades. Funesto até insistia para que ela abadonasse de vez a água, atitude egoísta e cheia de segundas intenções, porque ela servia de "mula", de correio da droga, emprego que Funesto lhe tinha arranjado, e não havia santa alma numa alfândega que tivesse a coragem, a ousadia e o estômago para revistar os buracos logo abaixo da cintura da moça! O disfarce perfeito!!!
O rapaz, mesmo abatido e ressacado ainda olhou de soslaio para a moça, execravável ao olhar, insuportável no cheiro, deixando-o com uma sensação de curiosidade misturada com uma enorme vontade de foder. Nunca antes ele tinha tido qualquer desejo profundo e verdadeiro do prazer da chicha, afinal era filho de Phopho. Alguns diziam que o pai era cornudo e que Phophito era filho de um bêbado e que Phopho tinha matado a mulher por isso mesmo, mas não. Phopho matou a mulher por causa da mania dela em se lavar por baixo, e Phopho gostava de cheiro a peixe. Qualquer bêbado que os visse e conhecesse, achava que a maneira de coçar a tomatada, o escarrar no chão e o fascínio por peixe era exactamente igual entre pai e filho. Phophinho abeirou-se dela e à primeira oportunidade que teve, agarrou-a com violência e Guilhermina nem oferecu resistência, pois aquilo parecia um acto concertado, combinado previamente, mas a realidade era outra, Phophinho e Guilhermina nunca até aquele momento tinham trocado uma única palavra...Nem trocaram! Phophinho começou por lhe tirar a saia, algo o atraia directo ao baixo ventre daquela mulher, jamais se tinha visto tanta urgência pelas partes fudengas femininas. Sentada em cima da mesa da sala de jantar, Guilhermina afastou os joelhos enquanto Phophinho se agachava, enebriado à medida que sentia o cheiro que saía daquelas cuecas pretas, com manchas salpicadas por todo o lado... No momento em que se prostrava, perante tal cenário, num misto de ressaca e excitação, latejava entre as suas pernas um colossal desejo que até as baínhas das calças subiam e desciam ao ritmo da pulsação do seu marsápio. Quando agarrou as truces da Guilhermina e ouviu um straaaaaaaaaaaaap vindo das cuecas a soltarem-se da imunda e imensa fafalheira crocante da sebosa criatura, esvaiu-se num potente e abundante orgasmo precoce, sintoma clássico de ressaca! Foi uma cena louca de paixão, deleitava-se naquela abundância de pêlos com cheiro a lota que pouca mangueira tinha visto... Os fartos seios da Gulhermina pareciam-lhe como gigantes cabeças de um sargo! Foi um momento tresloucado que ecoou por toda a instituição... O contacto físico entre pacientes não era permitido! Valeu-lhes a expulsão! A Residência para a recuperação de toxicodependentes da Nª Srª da Beneficiência era estricta no cumprimento das suas regras, nem que isso significasse pôr dois pacientes na rua. Sem eira nem beira, Phophinho e Guilhermina estavam à sua sorte, com a roupa do corpo e 50 Euros que a cozinheira do estabelecimento conseguiu à socapa, passar-lhes. Perdidos de amor, parecia que nada importava, sairam de mão dada com um sorriso de adolescentes. Phophinho, não estava muito preocupado, tinha o seu cachucho de ouro e o limpa unhas do mindinho, além de saber que quando quisesse poderia sempre apelar ao seu pai. Mas o que sentia neste momento era a vontade de seguir a sua vida pelos seus próprios meios. A noção que tinha desiludido o seu pai, estava presente. Afinal de contas teve todas as oportunidades para se dar bem na vida.

by jakk & caviaremayo

25/06/2008

Eu é que não sou parvo...

As grandes superfícies de electrodomésticos e gadjets electrónicos são locais surrealistas parecidos com um jardim zoológico. Lá encontram-se diversas faunas autóctones da selva urbana e periferia. Há os nerds dos computadores sempre a comparar a memória RAM entre modelos parecidos de computadores, a discutirem nos corredores a razão da sua preferência por este ou aquele router. Andam sempre a esmiuçar até ao osso testes de benchmark das máquinas, mas no fundo, tudo isto serve para não pararem para pensar porque raio têm 30 anos e nunca deram uma trancada.Mais à frente temos os LCD's, local de culto dos papás quarentões, que sonham ver naquele ecrã gigante e quase a 3d toda a colecção dos filmes da "Private". Imaginam também a maratona de fim-de-semana a ver a SportTV e a beber bejecas naquela magnífica tela de dois metros largura, esquecendo que moram num T1 e que a sala de estar apenas tem 9 metros quadrados! Felizmente não nutrem a paixão do ténis... Entretanto o filho ranhoso acorda-os do sonho quando começa a fazer fitas porque quer ir ver os I-Pods que irá encher com as últimas músicas da Floribela, dos Tokio Hotel e da Ana Malhoa. Esta última também faz as delícias dos respectivos papás, porque é a coisa mais parecida com uma porn-star que nós temos por cá, só que mais puta e ordinária, não estando portanto ao nível dos filmes da "Private". Deambulando por outros corredores, e seguindo a música, iremos dar ao local de culto dos gunas do chapéu de pala para trás, ou seja, os auto-rádios e afins. Naqueles corredores não me aventuro eu, era o que me faltava ser gamado duas vezes no mesmo sítio...E depois há os que apenas acompanham um amigo... Desses tenho pena, porque estão ali contra vontade, apenas a fazer companhia ou porque precisam de boleia para casa e parece mal ficar no carro à espera. Acompanham todos os passos do amigo samaritano (e dono da viatura), até mesmo à zona das dezanove caixas de pagamento que estão encerradas. A fila para pagar é enorme, fruto da boa situação económica em que nos encontramos, propícia a comprar inutilidades que poderão fazer falta num momento de maior crise. A fila, essa, gera-se sem razão aparente ou então por haver apenas uma caixa em funcionamento ou então, porque alguém com espírito altruísta e guerreiro, decide ser o Robim dos Bosques que salta em defesa dos direitos do consumidor contra os tubarões dos retalhistas. Bate-se com unhas e dentes para por a nú mais uma trapaça engenhosa de nos enganar a todos e delapidar o parco património, que consiste em anunciar um preço nos pequenos letreiros, e na hora de pagar o valor não coíncide...
-Olhe que o preço que lá estava não é esse... Era de 7,99!
-Desculpe, vou já telefonar ao responsável do sector para confirmar! Peço perdão pelo incómodo!
-Sempre a querer roubar, sempre a querer roubar...
5 minutos depois e de uma fila de tamanho a triplicar e de gente a bufar...
-Olhe, o chefe do sector informou-me que aquele preçário não era desse produto, era de outro...Aliás, estava lá escrito o nome do outro produto.
-Pronto, pronto... Eu pago os 8 Euros!!! Mas pago contrariado!
Convém dizer que este espécime pertencia aos nerds, e que os putos têm que se entreter com qualquer judiaria enquantos os paizinhos sonham com gang-bangs em HD!!!

02/06/2008

Have you seen him???

Nem só de Natais vive o Homem! Por isso, e também porque ando às voltas com o Conto, decidi desenjoar e meter esta história que nasceu em menos de um fósforo, enquanto o Diabo esfregava o olho.
O Phopho era rapaz trintão, pescador, e morava ali ao pé de Setúbal, terra de bom peixe e boas quase-pessoas. Uma santa alma recatada, que nada nem ninguém apontava o dedo, aliás, toda a gente lhe reconhecia mestria dedicação no seu ofício.Phopho morava sozinho, não se lhe conheciam namoradas, casos amorosos, nem mesmo uma qualquer ida a locais de pecado, coisa normalíssima entre gente do mar. Mas Phopho tinha um segredo! Descendente de transmontanos, Phopho tinha nos genes qualquer coisa que o fazia ser diferente, sentia-se estranho quando olhava as sardinhas acabadas de pescar... Via-as ali a saltitar nos cabazes e aquilo aquecia-lhe o sangue, despertava-lhe o instinto primário, aquele que nunca teve, nem mesmo quando a Alzira lhe mandou com uns avanços.
A Alzira era uma moçoila peixeira, também trintona e solteirona. Amiga desde sempre de Phopho, nutria por ele uma paixão exacerbada, que no entanto não era correspondida. Tiveram em tempos um contacto carnal, por alturas da puberdade, mas Phopho apenas o fez por curiosidade, por amizade à sua amiga e confidente, e também porque ela tinha chegado da lota sem banho tomado e exalava um forte cheiro a peixe. Phopho era um homem desinteressado de relações humanas e carnais, apenas tinha uma grande estima pela Alzira, mas ela fervilhava há anos, fruto do serviço mal acabado.
Um dia Phopho estava no porão da sua embarcação, sozinho, pronto para descarregar todo o produto da faina quando um tremor lhe evadiu todo o corpo, uns calores vindos das profundezas do Inferno, e aí ele despiu-se por completo e não resistiu ao apelo do peixe prateado e saltitante, atirando-se às milhares de sardinhas que jaziam no seu porão. Ele rebolava, esfregava-se, extasiado e completamente tresloucado, Phopho sentia-se como um comum mortal masculino a viver a sua derradeira fantasia, que basicamente consiste em muitas mulheres ao molho e nós no meio. No caso dele, as sardinhas eram o fruto desejado. Alzira tinha o hábito de o ir esperar à doca, dava dois dedos de conversa, sempre na esperança de despertar a paixão a Phopho. Subiu a bordo da traineira, e quando desceu ao porão deparou com aquele cenário dantesco, aquela orgia retorcida que não lembraria ao comum mortal. Phopho nem deu pela presença dela e continuou naquele gang-bang frenético. Alzira fugiu chocada, lavada em lágrimas e contou a toda população do bairro dos pescadores o que tinha visto. A populaça, mentalidade retrógada e conservadora apressou-se em cortar o mal pela raiz, pois achavam que era coisa do Demo, e decidiu em bando perseguir e expulsar Phopho da sua comunidade.
Eram 11 da noite quando Phopho chegava a casa e deu de caras com centenas de almas com armas improvisadas na mão. Houve até alguém que trazia uma escamadeira de amanhar peixe. O patriarca da comunidade destacou-se da molhada da quase-gente e disse-lhe:
-Phopho, arrumas as tuas coisas e vais-te daqui. Nunca mais cá pões os pés. Só não te matamos e mandamos ao mar porque sempre foste honesto, trabalhador e respeitador. Mas isso acabou, e não queremos cá as modernices de Lisboa, por isso, vai-te!!!
Phopho, baixou a cabeça, entrou em casa, arrumou as coisas e partiu para parte incerta e nunca mais ninguém dali o viu. Alzira entregou-se de corpo e alma a Deus, entrando para um convento e optando pela clausura. O Phopho, esse partiu para Lisboa, para o buliço urbano onde toda a gente passa despercebida, onde ninguém quer saber de ninguém, e inclusivé até permitem os homens que gostam de homens. Phopho precisava de se perder no mundo, e ali era o local ideal...
Nos dias que correm, sabe-se que Phopho virou metrossexual, giggolo e dealer de coca. Sabe-se também que todos o anos, pelo seu aniversário compra 20 kilos de sardinhas e comemora-o sozinho...

n.a.: Não conheço a figura da imagem! Não a saquei de nenhum lado, apenas a criei com uma ferramenta disponível na Internet. Se for parecido com alguém (desde já os meus sinceros sentimentos), declino já a minha responsabilidade, pois trata-se de uma mera coincidência.

31/05/2008

Conto de Natal - parte 5

Estava deitado a tentar adormecer, coisa estúpida eu sei, porque depois de um acontecimento revelador como este só mesmo eu para tentar dormir! Dei voltas à cabeça, cheguei mesmo a falar comigo à viva voz sobre o sucedido, fiz perguntas a mim mesmo, mas sem resposta. Estava a ter o meu primeiro momento de reflexão verdadeiro. Mas um Homem não muda assim. Homem que é homem não deixa que lhe abalem as convicções. Ainda por cima por um Portergeist com um aspecto de erro genético! Por muito que fizesse uma retroespectiva da minha vida, a única conclusão a que chegava era invariávelmente a mesma: devia ter-me divertido mais!!! Mas num instante caí em mim e lembrei-me do que me disse o fantasma dos tempos idos, haveria de ser visitado por outro. Talvez aquilo fosse uma revelação tão colossal que tivesse que ser transmitida às mijinhas, talvez nem mesmo o verdadeiro Humano perfeito que eu era tivesse a capacidade de entender uma revelação daquela envergadura. Já esperava mesmo que me fosse revelado o tão demandado Sentido da Vida! Comecei mesmo a sentir-me o ESCOLHIDO, tipo aqueles filmes apocalípticos, de deuses e demónios em que o herói é sempre um iluminado, o tal, aquele que nasceu para aquilo! Até fazia algum sentido porque sempre me senti especial, sempre me senti superior, e naquele momento até achei que iriam reescrever toda a Bíblia, Corão, Tora e todos os canhanhos que viciam o povo. Eu iria constar neles todos!!!
Estava eu embrenhado nestes pensamentos, ao mesmo tempo que ia mirando a janela à espera do próximo que por ali entrasse, quando ouvi um barulho vindo da casa de banho. Olhei para o lado a ver se o camafeu da mulher estava deitado, pois tinha-me abstraído de tudo e talvez não tivesse reparado da saída dela, o que aliás era perfeitamente normal. Era habitual eu não me aperceber da presença dela mesmo que estivesse a falar comigo aos berros e à minha frente, exactamente como aqueles que sofrem um trauma e o cérebro apaga essa memória como forma de protecção. O meu, simplesmente a ignorava por completo. A única coisa que não a ignorava era o meu malho, pois dava sinais de si quando a fome de boa carne apertava. E verdade seja dita, daquela boca não saia nada de jeito mas fazia uns broches majestosos. Levantei-me da cama e dirigi-me para onde vinha o barulho, mas fui a medo, pois tinha receio que estivesse a ser assaltado. Assim que entrei na casa de banho dei de caras com um tipo alto, com um penteado à moicano e a crista com madeixas loiras, tinha uns óculos escuros grandes em degradê castanho, um brinco de brilhantes em cada orelha, enormes, que mais pareciam aquelas bolas que se penduram numa árvore de Natal, camisa preta em cetim, barbinha feita na perfeição, calças largas de linho e umas sandálias em pele. O gajo estava a remexer-me as gavetas onde guardo as porcarias de higiene, analisava cada frasquinho, cada pomada, cada bisnaga que encontrava e depois mandava-a novamente lá para dentro.
-Oh seu panasca do caralho, achas que vais encontrar aí dinheiro ou ouro? Achas que sou algum velho transmontano que guarda a narta nos sítios mais recônditos? Filho da puta, vais levar tanto nesse focinho vais ficar a parecer um homem à séria!!! - gritei-lhe eu.
-Calma, companheiro, eu sou o Fantasma das Raves Presentes! - disse o gajo num tom dengoso e arrastado.Por momentos ainda pensei que fosse alguma fufa em plena metamorfose, mas nem essas se parecem como aquele espécime de aspecto delicado e lavadinho.
-E foste aparecer aqui por alma de quem? Estás de caganeira ou querias arranjar-te antes de me apareceres? Se és o que dizes, já deves saber que não estou para aí virado.
-Estava ver quais os cremes que usas para a pele, como a hidratas, qual o perfume que usas... essas coisas! Sabes, eu uso uma filosofia muito própria, tipo: "Diz-me como cuidas da tua pele, dir-te-ei quem és!"
-Isso é um bocado rabeta, para não dizer completamente! Estou a ver a ironia da coisa. Primeiro um com aspecto de azeiteiro e traficante, agora um panasca... Mas tu afinal não sabes tudo sobre a minha pessoa???
-Panasaca não, metrossexual... Sei algumas coisas, mas também não sou informado de tudo. De onde venho, o funcionamento não é muito diferente de uma empresa terrena e portuguesa.
-Isso foi um nome bonito que arranjaram para a panasquice. Aliás, isso foi uma maneira de conversão de homens à séria para as práticas sodomitas. Primeiro tornam-se sensíveis e preocupados com a pele, depilam-se e o caralho-a-sete. Às tantas começam a mamar trolhos porque acham que a nhanha do nabo rejuvenece, e toda a gente sabe que gajo que mama pichas também as abafa com o cagueiro. No fundo é uma maneira de começar na panasquice sem o repúdio social que isso acarreta!
-Não sejas homofóbico, isso já está fora de moda. Mas isso não interessa nada, o que venho aqui fazer já deves saber.
-Tenho uma vaga ideia, já sei que vamos dar uma voltinha, só não sei onde, porque agora saio pouco. Gosto de estar perto de uma cama quando bebo e me drogo, e além disso as MILF's que costumo papar não saiem à noite.
-Acabram-se as modelos, não foi? Estás velho...
-Nem por sombras! Continuam a ser modelos, só que dos catálogos da Pré-Natal e da Chicco! Um gajo tem de acompanhar os tempos... E ainda por cima são gajas mal casadas que não fodem em termos desde a noite de núpcias, além de serem mais exigentes e requintadas do que essas pitas em início de carreira nas telenovelas juvenis. Essas fodem-me a droga toda até entrarem em Black-Out o que me obriga depois a dar uma queca numa espécie de cadáver que se vomita, e eu gosto de movimento. Depois tenho de alombar com elas até ao carro e largá-las aí num beco qualquer. É uma canseira e não vale o esforço!!!
-Bem, está na hora de irmos dar uma volta. Desta vez é melhor vestires qualquer coisinha decente, pois eu não gosto de emprestar roupa. Até te ajudo, se for preciso...
-Largueza, espectro apaneleirado... Eu visto-me sozinho, já só tenho roupas da Zara, mas ainda tenho bom gosto... Na medida do possível, é claro, a vida está cara, já não dá para os luxos... E depois já não vivo à conta dos meus paizinhos, e a COFIDIS já não me fia. Já só me resta dinheiro para o básico: droga, alcool, despesas da casa... e uma ou outra puta de quando em vez!
Lá vesti uma roupinha casual, que nos tempos que correm até é fino ir "casual". Raramente destoa e além disso aprendi que isso de boa roupa à noite é um erro, pois há sempre um filho da puta que nos entorna um copo na camisa ou uma gaja qualquer que não engole e deixa-me as calças com nódoas.
-Agarra-te ao meu brinco de brilhantes e vamos embora!
E lá partimos nós em direcção às nuvens, passando pelos gajos da GNR a quem eu prontamente acenei um vigoroso pirete!

29/05/2008

Conto de Natal - parte 4

Estava eu quase ao pé do bar do Chuva e a olhar para o sítio onde isto aconteceu, ao mesmo tempo que recordava a cena dos Poppers, quando dou de caras com um gajo giro a olhar para mim, com uns olhos que pareciam azeitonas. Reconheci imediatamente aquela cara!!! Era eu mais novo, e consequentemente, GIRO! FODA-SE, não só estava a recordar, mas também a presenciar a cena toda... Fiquei baralhado, chocado e desiludido! Afinal o matarroano era eu! Eu vi-me mais velho e não me reconheci!!! Eu vi o futuro naquele passado, aliás, eu vi uma espécie de fantasma e nem me apercebi... Quer dizer, apercebi-me que tinha visto qualquer coisa arraçado de humano, mas longe de pensar que era uma assombração. Passaram-me mil e uma coisas pela cabeça, inclusivé o facto de ter descoberto dois mistérios da ciência: o Deja Vu e a capacidade de ver o futuro, o que explica a razão dos rotos, os grandes consumidores de Poppers, andarem um bocadinho mais à frente em termos de moda. Mas aquilo arrasou-me porque cheguei à conclusão que estou um bocado velho e parecido com aqueles que eu anteriormente abominava. Fiquei ali especado, ignorando a batida sincopada a baixa frequência, uma coisa quase subsónica, que uns diziam que dava caganeira! Claro que esta tese foi tirada da cartola por um anarca flourescente das Goa Trance, e toda a gente sabe que esses indigentes se alimentam de cogumelos... Daí o fedor característico dessas festas! Só mesmo um gajo em constante alucinação para se divertir ao pé de chaparros e urtigas, próximo de uma aldeia no Alentejo sem água e luz...
Comecei a ter uma pequena ideia da razão daquilo tudo, de voltar ao passado, talvez fosse um aviso quanto à minha forma de pensar. Eu sabia que sempre tinha sido um filho da puta irrascível, pedante, arrogante e pouco me faltava para ser monárquico, mas tinha desculpa porque era jovem e rebelde. Agora que era mais velho, era mais moderado e até já começava a considerar que as gentes da margem sul eram de facto, gente! Mas continuava a ser o mesmo sectário, ainda renegava a Amadora e toda a linha de Sintra! Uma pessoa não muda de um dia para o outro, nem toda a gente é a Zita Seabra!
Galimedes, agarra-me no braço e diz-me:
-A nossa visita acaba aqui, agarra-te à pala e prepara-te que vamos embora!
-E vamos embora, assim? E não me dizes a razão disto tudo?
-Acho que já começas a perceber.
-Não me digas que também lês a mente...
-Não, mas até uma cabeleireira conseguia ler o que te ia na alma, por causa da cara que fizeste quando te estavas a ver mais novo.
-Mas não há mais nada que me queiras dizer?
-Há, mas digo-te depois! Após estes anos todos ainda não aprendeste que é impossível ter uma conversa num antro destes? Ou já não te lembras das canções do bandido abreviadas que cantavas a gritar aos ouvidos das matulonas, e mesmo assim, elas não entendiam metade?
-Sim, sim, sim... Estou a começar a ficar fodido porque hoje já dei razão vezes demais a um gebo com aspecto criminoso! Só o faço porque não és terreno, e mesmo assim... Não tarda estou a ficar comunista, a ter um estômago de ferro e começo por aí a fingir que dou razão aos pobres, oprimidos e desfavorecidos...
-Vá agarra-te à pala traseira do boné que nos vamos daqui!!!
E lá partimos nós a voar em direcção às luzes psicadélicas a alta velocidade e em segundos tudo se tornou nublado à minha volta. Passámos novamente pelos Geninhos a flashar no vazio e a gritar para o nada: "Os xeus doucumuentos e os da biatura, faxabôr!"
-Oh Ganimedes, as "ratazanas" estão aqui a fazer o quê?
-Eles estão na eternidade a repetir esta merda, até emagrecerem e ficar com um sotaque português. Acho que nenhum saiu daqui até agora...
-Porreiro, eu vou ficar uma eternidade na droga, no álcool, no pinanço e a fugir dos cobradores estatais e privados...
-Isso logo veremos, olha que ainda podes começar a levar uma verdadeira e subserviente vida de casado!
-Porra, não me rogues pragas. Olha que só casei porque há dias em que não tenho nem disposição nem sexappeal de engatar coirões devassos! E como sou bipolar, às vezes sinto-me deprimido e tenho uma panca por foder suburbanas como forma de auto-mutilação. Além disso é mais barato que uma mulher a dias e uma ida ao ginásio para treinar artes marciais! Quando acabei de dizer isto, já estava a entrar pela puta da janela de casa, todo nú. A porca ainda ressonava como uma pessoa, tal era o feitiço, acho mesmo que ela nem se mexeu durante a minha ausência. Um milagre, pois a puta a sopeira só era irrequieta quando ferrava no sono, porque quando lhe mandava para os fundilho, a gaja parecia uma estátua. Por algumas vezes ainda lhe tentei dar uns choques com o "TASER", mas a cabra conduz corrente e acabei por queimar a capeça do marsápio, o que me valeu uns dias sem foder em condições. Ganimedes, olha-me nos olhos e diz-me:
-A minha missão está cumprida. Agora vais adormecer, e mais tarde irás ser abordado por um outro camarada meu. Segue-o como seguiste a mim...
E desvaneceu-se ali mesmo, tipo aquela merda do "Star Trek" ou daquele programa reles da SIC, o "Ponto de Encontro". Era mesmo parecido, porque aquilo fez uns efeitos marados, tipo estrelinhas, e os que apareciam ou desapareciam tinham um aspecto do outro mundo ou de animais. Ou mesmo ambos, no caso do programa da SIC. A única coisa parva que não aconteceu, foi efeito sonoro! Foi silencioso! Quando me preparava para dormir é que me lembrei de um facto curioso, foi a primeira vez na vida que saí para a gandulagem e cheguei a casa sóbrio, pois esqueci-me de pedir ao Ganimedes uma gramita de coca DIVINAL. Mas também, aquilo não foi propriamente uma diversão.