22/11/2008

A perniciosidade da minha inbox

A rotina diária é um dado adquirido de qualquer Humano, mesmo que sofra de uma doença degenerativa da mexela. Vejam-se a malta com Alzheimer, que não têm a mínima consciência de Ser mas no entanto borram-se sempre à mesma hora, fodem sempre as mesmas estatuetas compradas nos chineses, e mais raramente quando falam, trocam o nome da filha que cuida deles pelo da outra que se esteve sempre a cagar para eles, que lhes fodeu a guita, que os deixou cheios de dívidas por um dia terem sido fiadores do T3 de Massamá, mas que ainda assim era o rebento preferido por ter uma personalidade rebelde e vincada, ao contrário da runfalhona que lhes limpa o cú, que foi sempre muito caseira e certinha mas que acabou casada com um taxista do Cais do Sodré que lhe dá nas fuças quando ela se queixa do dinheiro que ele gasta nas putas do Técnico. Até esta merda é uma rotina que parece estar entranhada nos genes de um vacão suburbano de Queluz, que terá um futuro mais do que certo a levar nas fuças, emprenhar 3 vezes, engordar até aos 80 kilos, cheirar a oleo de girasol, e que num
momento de curta pausa sonha com outra vida quando lê a Nova Gente e vê a vida bela das "beautiful people", enquanto o pai cagão está a bezerrar e o marido está a lavar o táxi, de fat'trêno tricolor e sapatos de verniz. Até as atrás mencionadas "beautiful people" (este termo não reflecte propriamente a realidade, é apenas irónico) são bichos rotineiros, é vê-los de festa em festa a ver que fia mais uma grama e mais um flute de Raposeira.

A rotina... há que diga que a quebra, essa malta que adora escrever "carpe diem" em tudo o que é perfil de rede social, numa de intelectuais, de aventureiros, de gente sábia que quer marcar pela diferença e que têm a mania que são os serem mais felizes, mas no fundo são ainda mais rotineiros que um casal na meia-idade que fode durante 5 minutos de mês a mês, sempre à missionário e que os preliminares consistem em dizer:
-Maria, apetece-me foder...
-Oh Manel, estou com sono e cansada...
-Então dorme e descansa, só preciso que afastes o joelhos!

Aqueles que insistem em seguir à risca os conselhos das revistas para gajedo liberal, hedonista, esclarecido e letrado, são ainda mais rotineiros que a própria rotina pois dia a após dia, hora após hora insistem nos mesmos clichés futeis na tentativa de marcar pela diferença, mas acabam sempre por cometer as mesmas asneiras. Metem-se sempre com o gajo casado do escritório, fodem 2 ou 3 bolas de berlim de uma vez quando levam a respectiva tampa, vão à Zara às escondidas, vão sempre à mesma parteira fazer o desmancho porque mais uma vez foram numa saída de gajas e acabaram na cama com um mirandês tocador de banjo da Tuna da Universidade Católica, e o risco de terem um filho cocainómano com tendências sodomitas ou revolucionárias, um militante do CDS ou uma putéfia intelectual, é demasidao grande.

Eu também sou rotineiro, nem o nego, antes pelo contrário. Aceitei essa minha natureza porque sofro de Obsessividade Compulsiva, além de ter uma personalidade histriónica, fronteiriça e psicótica. Mas as minhas rotinas são inócuas e tento variar em certas coisas, também tento marcar pela diferença, mas não para mostrar aos outros, apenas para meu belo deleite e porque quero. E apenas num aspecto, gajas e barrasquice. Reforço: num aspecto! (Para os Canídieos críticos da coerência) É que ambas são indissociáveis! Pino qualquer uma, de qualquer maneira! Haja vontade, paciência e dinheiro.

A minhas rotinas mais cerradas têm o seu apogeu pouco depois de acordar, e o perigeu dá-se a meio da manhã!
À parte do acordar, do banho e todas essas merdas higiénicas que se fazem pela manhã (partindo do princípio que não somos uns gunas de Chelas javardos ou dondocas cinquentonas consumidoras de Number 5), tenho tudo programado ao nanómetro e nanosegundo. Tudo porque não me lembro de nada, mas faço tudo isso em piloto automático, inclusivé vestir-me conjugando as cores. Ora digam lá se isto não é rotina?

Quando chego ao trabalho vejo o mail, desato a apagar as ofertas de Viagra martelado made in México e os convites javardos de mantelhonas ucranianas. As supostas piadas em corrente com a respectiva muleta gráfica feita em powerpoit e em brasileirês, e a puta da criancinha monglóide que nasceu com apenas um olho na testa e que mesmo assim teima em desaparecer, vítima de rapto de uma rede de pedófilos e esclavagistas tripeiros, envio em quadriplicado aos respectivos remetentes. A merda toda é que esta malta sofre de perca da memória imediata, para simplificar, são os figurantes do Preço Certo, aquele concurso do punheteiro, das mantelhonas eslovacas e do primo transmontano do Porquinho Babe, que faz com que eles riem e chorem 4 vezes e passam o dia a telefonar para contar a última anedota sobre o Benfica e da desgraça de um puto rançoso... Quase que me apetece de os acusar de rotineiros! Tudo isto enquanto bebo o meu café merdoso, mas que insito nele e que só custa 30 cêntimos!!! Nisto tudo só não há rotina na máquina do café, porque nunca sei quando ela me vai foder a guita e não me dá café! Mas ela também não pessoa, embora tenha mais personalidade que muitos que a utilizam.

Hoje a minha rotina foi quebrada abruptamente. E não, o seboso e anafado do Pacheco Pereira não me enviou spam nem me telelfonou a dizer mal do próximo presidente do PSD (partindo do princípio que o estropício que muitos insitem em chamar de mulher tem os dias contados... mas estamos na Tugolândia, onde tudo pode acontecer, inclusivé o Carlos Cruz ser ilibado e feito Comendador). Recebi uma circular interna (fina esta empresa, que usa as novas tecnologias para espalhar o caos e o pânico), que me convidava para assistir a um musical. Como ainda estava sonolento, fiquei contente porque nunca ninguém me convida para essas coisa que incluem interacção social, os únicos convites que recebo são de tipas casadas com estranhas pancas, e como sabem que alinho em chavascal barrasco sem grandes cerimónias, e claro está, guardo segredo, chama-me para lhes quebrar a rotina não só! O anedótico é que isto acontece rotineiramente...
Comecei a ler vagarosamente e esperava o pior, porque lá pelo meio li de soslaio "West Side Story". Mas eu detesto musicais porque detesto a bimbalhice americana, todos aqueles leitmotifezinhos cheios de clichés mais que prováveis e ainda por cima cantados em falsete por gajos durões. Se comecei a ficar desanimado, pouco tempo bastou para o mundo se desmoronar. Li a palavra Politeama! Foi como uma sineta pavloviana. A primeira coisa que me veio à cabeça criancinhas castrati sodomizadas por reformados grisalhos com uma incongruente voz de bagaço sem a mínima aptência e sentido estético para o que quer que seja. Nem mesmo viver de fundos estatais. A segunda foi a coisa mais abjecta e deprimente que alguma vez foi feita no mundo do espectaculo, que é o Teatro de Revista (muito embora o Quim Barreiros se tenha esforçado). A terceira foi o João Baião. A quarta foi 605 Forte diluido em Ácido Clorídrico.
A malvadez da empresa nunca antes tinha atingido este colossal requinte, quase de certeza foi feito em outsourcing, pois não reconheço tão avançada inteligência no que toca à tortura premeditada aos cabecilhas lá do pardieiro envidraçado. Até agora era sempre o vulgar de Lineu, ou seja, regar árvores à chuva! Os cabrões querem quebrar a rotina...

Le Grand Finale?
"Atenção: o bilhete é válido apenas para uma pessoa!"

20/11/2008

Os efeitos colaterais da coca nos yuppies dos 80'as

Aqueles gordos e sebosos quarentões, com a trunfa puxadinha para trás à custa de muita nhaca pastosa, cheio de salamaleques e deferências fizeram uma colossal cagada. Vítima da especulação, do Urso e do Touro, do off-shore, do inside trading, do dumping, dos futuros e etc., o BPN entrou numa espécie de cura toxicológica. Esta mesmo feita por uma clínica de pricípios duvidosos, que cheia de samaritanismo, altruísmo e dever social, se chegou à frente na esperança de contribuir para um mundo melhor... Só a título ilustrativo, tipo Igreja Maná.
E onde entro eu nesta merda toda? Não! Não sou Yuppie nem cliente do Banco.
Por ironia do destino (e por eu próprio ser irónico) encontro-me tecnicamente falido. Então, porque sou um fiel contribuinte e pessoa de bem mas que insiste na irresponsabilidade, aproveite esta onda de Estado Social e Protector e eu próprio seja NACIONALIZADO! Metem um douto administrador a fazer a minha vez no que toca a contribuições, responsabilidades financeiras e sociais e EU, espécie da raça (des)Humana, seja exonerado das minhas funções sociais, contributivas e socias e me seja aplicada a pena de reforma dourada. Passo a ter Plástico de Platina ilimitado, cartão VIP dos puteiros de alto gabarito, carta branca na TAP, vouchers para os melhores Hoteis do Dubai, conta aberta nos melhores dealers estatais, certificados de aforro, enfim todas esses pequenos regalos que as pessoas de bem e da cor predominante têm direito.
Ah, só dispenso uma coisa...
...foder criancinhas!

18/11/2008

Deixa-me cá ouvir o mar...

Não sei o porquê, mas desde chavalo que tenho um estranho encanto por conchas, búzios e todas essas merdas. Todos me diziam que isso era coisa fanchona, exclusiva de gentes com tendência para a decoração de interiores, para o vegetarianismo, filosofias ZEN e que também gostam de jogar à bola semanalmente com a maralha lá do serviço. Acho que a esta última lhe chamam "revelações de balneário"...
Mas eu apenas sinto uma atracção paradoxa, da mesma forma que mantenho uma relação amor-ódio inexplicável pelo Paulo Coelho e por livros de auto-ajuda para ex-leitoras da Maria , que nos entretantos evoluiram na sua intelectualidade e condição social. Afinal uma distinta esposa de um pato-bravo transmontano tem um estatuto social que as obriga a certas ideosincrasias e postura perante a sociedade, pois os tempos de labarjice de puteiro já se foram.

Hoje e só hoje, passados tantos anos de dúvidas e tormentas que quase me fizeram escrever para a Maria ou recorrer à própria incoerência dos ditos livros de auto- ajuda, tive uma revelação que me aliviou e surpreendeu: Há uma razão máscula para esta minha estranha obsessão!!!

11/11/2008

Querido Pai-Natal:

Este ano portei-me mais ou menos, mas queria que me desses atenção. Afinal nem sempre fui assim... Já fui um menino inocente, já fui uma pessoa de bem, já fui pessoa, PONTO!

Aquilo que te peço são apenas bens materiais, pois a saúde, a felicidade. as meias brancas e os livros do Paulo Coelho são para os azeiteiros e fracos de espírito. Eu cá gostava de algo vistoso, verdadeiramente útil, caro e bonito. Claro que existe algum contra-senso nestes quatro adjectivos juntos, mas mesmo assim penso que não será de todo impossível...
E perguntas tu: (sim, tu. Apesar da tua suposta avançada idade, considero o tratamento por "tu" um sinal de respeito e além disso não sou barão falido da linha que trata o filho por "você")
"Que caralho fizeste tu para mereceres tal presente impossível?"
Perguntas bem, mas isso não passa de pura retórica, perda de tempo e ironia, tudo misturado. A resposta é simples: NADA!
Fui o biltre do costume, mas fui verdadeiro, nunca menti (não confundi com "não omiti"), fui fiel a mim mesmo, e claro está, nãao entrei no comboio da hipocrisiainstitucional. Será que isto nãõ é razão mais do que suficiente para ser merecedor de um presente? Se não, afinal qual a verdadeira definição de "portar bem"? Dar dinheiro aos pobrezinhos? Ser amiguinho dos animais?
Que se fodam os indigentes e a bicharada, apraz-me muito saber que há malta ainda muito mais fodida do que eu, com a benesse de não pagar impostos. No dia em que houver IRS na esmola, eu dou; e no dia em que os leões deixarem de matar, eu adopto um!
E é mesmo por isto que te peço uma prenda, pela minha sinceridade, que embora seja execrável, é a verdade mais pura e alva que brota do meu coração...Além disso este ano entrei num abismo económico-financeiro (irá ser tema de um futuro post) que me quebrou o alento e quase me fez cometer suicídio bem ao estilo dos anos 20/30 por alturas da Grande Depressão. Só que o meu acto não passava por atirar-me de um edifício alto, mas sim filiar-me no Bloco de Esquerda, largar a cocaína e colar uma bandeira portuguesa antiga, aquela azul e branca na traseira do carro. Mas por sorte lembrei-me de ti a tempo, porque tu és mais credível, e ainda mais importante, a tua exstência é bem mais plausível que as hipóteses anteriores.
Ah, a prenda, é verdade... Se conseguires arranjar-me uma mulher com os quatro adjectivos que referi ou que goste de mim verdadeiramente e/ou incondicionalmente, nunca mais nesta vida te peço algo!

Pelo sim, pelo não, até para o ano que vem.

C&M