27/10/2009

E por fim, hoje escrevo eu!

Imagina: estás aborrecido, sem sono e sem nada para fazer. Só mesmo por acaso decides criar um nickname numa rede social manhosa, assim do nada, só porque sim... Árdua é a tarefa de o criar sem cair nos clichés bacocos que reafirmam o mau gosto, a azeitice e a mais pura das acefalias.
Caviaremayo nasce em 2007, mais um a juntar à catrefada de nicks que já criei, mas que foi crescendo, foi tendo amigos e comunicou intensamente. Dia após dia alimentei-o até sofrer uma metamorfose estranha e se tornar num verdadeiro alter ego. E assim nasce este blog...
Pela primeira vez na vida, eu, e pela voz do Caviar, comecei a escrever coisas, muitas coisas, que embora de gosto e qualidade literária duvidosa, me deu imenso prazer em escrever. Logo ao início o traço estava definido, um niilista, egocêntrico, histriónico, narcisista, lisboeta, boémio, machista, sem respeito pelo seu semelhante, sempre em busca de situações limite e apologista da extinção absoluta da Amadora, de Chelas, da margem-sul, e claro, os seus respectivos habitantes.
Eu tornei-me nos seus (dele) 5 sentidos, as situações que eu presenciava ou participava, Caviar narrava, mas na sua muito própria prespectiva. E aqui começa o grande problema.

Em Dezembro passado assustei-me quando ao fim de mais um dia de trabalho dei conta que eu, o próprio, tinha passado o dia inteiro a ser Caviar, de carne e osso, de alma e coração, a interagir com colegas de trabalho, e não tinha sido a primeira vez. De certa forma achei engraçado mas a preocupação começou a surgir, isto porque mantive sempre a mesma atitude, sarcástico, inoportuno e a roçar o ordinário. O limite foi quando comecei a interrogar-me como o Caviar reagiria nas situações banais e diárias em que eu me envolvia.

Para vocês, normais, isto é inconcebível, ridículo e estúpido. Para mim, o próprio, é perigoso, perigosos demais quando ando há 35 anos em busca de mim próprio, construindo e destruindo personagens todos os dias para que possa ocupar o meu lugar. É terrível perceber que tudo não passa de um estudo prévio de situações para que me consiga moldar, encaixar, e fazer parte de um mundo que sinto não ser meu. É um teatro constante em que não sabemos as deixas e acabamos por improvisar. Mas as falhas de argumento acabam por acontecer, a frustração invade-nos e a loucura faz o resto. Tenho saudades, saudades de um abraço, um beijo e aconchego dos cobertores. Tenho tantas saudades que nem me lembro ou nunca aconteceu...

O Caviar, como é lógico, acabou. A 6 de Setembro último tive uma situação limite, uma patologia latente deu sinais de si e lógicamente o Caviar não teve nada a haver com isso, mas de certa forma também não irá ajudar daqui para a frente. E eu, o próprio, não consigo escrever nem uma carta de amor!
Tive a maior satisfação em escrever estes posts, em que alguns, de certa forma são auto-biográficos mas distorcidos. Deixo um agradecimento e uma beijoca à gaja que estóicamente me aturou durante 12 anos e que sempre me incentivou a escrever ordinarices. E aproveitando os recados, deixo um esclarecimento ao cabrão que aqui vem há cerca de um ano sempre à procura do "significado de reboot": FODA-SE, REBOOT QUER DIZER REINICIAR O COMPUTADOR!!!


Com os meus melhores cumprimentos,
quero que vocês todos se fodam
Miguel, o próprio

06/09/2009

Cheguei ao fim!

Mais um filho da puta que desaparece!
Desculpem-me....

04/09/2009

You are all my children now!



O Diabo anda à solta, tenta-me por diversas formas inclusivé, por SMS! Não veste Prada, apenas La Perla, branquinha e tentadora que resalta na Luz Negra... Pelo menos quando o conheci foi assim que se apresentou, naquele denso, brilhante e sintético nevoeiro...

Há duas coisas que qualquer verdadeiro Cromossoma Y persegue: o auto-broche e foder duas gajas ao mesmo tempo! Meus amigos, conhecidos e bandalhos em geral, é tudo uma grande ilusão, pois qualquer dos dois exige dinheiro. Esqueçam a parte em que, num hipotético e remoto acaso, a vossa namorada, esposa, empregada doméstica, prima, ou
mesmo aquele destroço que vocês costumam comer nos momentos de aflição, vos aborda com a seguinte pergunta:
-Estás interessado numa "ménage à trois" com uma amiga minha?
Vão-se foder na certa, pois isso é um mito urbano. Os amigos filiados no CDS, aqueles que marraram a vida inteira, continuam a usar polos por cima dos ombros e ainda ainda têm acne juvenil mas com mais sebo, ou ainda qualquer pato-bravo ribatejano, irão logo disparar postas de pescada e a dizer que conhecem ali umas "amigas" que fazem isso por 50 Euros. Tirem a cena do puteiro da equação, imaginem a cena só mesmo com pessoas (incluindo o tal destroço...)! É mesmo só um mito, não vale a pena doirar a pílula, no fundo é como ser o microfone do Marco Paulo, são agarrados por pessoas que gostam de abocanhar tarolos, vão andar de mão em mão, e depois, lá mais para adiante, vão pura e simplesmente ficar a chuchar no dedo, ou em alternativa, tentar a segunda hipótese. Mas o excesso de costelas é fodido...
É devastador olhar para duas tipas enquanto se comem, e perceber fomos chutados para canto porque nos tonámos supérfulos. A melhor coisa para uma gaja, além de sapatos e livros do Paulo Coelho, é ser valentemente comida por outra...

A excepção à regra poderá ser o tal Diabo, porque tem pena ou porque simplesmente curte à brava comer tipos que se babam enquanto vêem duas gajas embrulhadas. Vem de mansinho, ferra-nos dentes e nem questionamos o que raio está a acontecer.
O surrealismo de todo este cenário é que só nos apercebemos que acabámos de ter uma
epifania S54 uns dias depois, que afinal tivemos estômago e não estamos tão velhos assim....

O Diabo é sacana, venenoso e contagiante, e o melhor, quer a nossa alma... Várias vezes!!!
O melhor mesmo será fazer-lhe a puta da vontade e desmarcar aquela consulta no cirurgião plástico para removermos umas quantas costelas.

29/08/2009

Sai-se por onde???

Abro os olhos, algo me incomoda mas não percebo o quê, ao mesmo tempo que me tento situar onde e quando. Estou deitado no sofá, vestido, com a cabeça em cima do apoio de braço, o que me causou um valente torcicolo. De pescoço torto, limpo a baba das fuças com o punho. Além da merda do pescoço, algo mais me incomoda, mas as palpebras ainda estão pesadas e debato-me para focar a visão... Afinal a puta da TV está ligada, uma mira técnica debita uns enervantes 1000 ciclos! Puta que pariu estes gajos, porque não metem uns fractais de Mandelbrot sem som ao invés desta merda sem sentido, assim sempre serviria para fingir que estamos a tripar com LSD ou para enganar uma MILF suburbana que engatámos no Feira Nova, poderíamos dizer-lhe que era uma obra de arte em movimento de um novo artista russo... Estas vacas adoram gajos sensíveis às artes, e isso meus amigos, pode significar um broche até ao fim ou mesmo a anilha. A arte é uma coisa maravilhosa desde que não dependamos dela para comer...
Quem quer miras técnicas compra um aparelho próprio para isso, e não estou a ver técnicos a esperarem pelo fim da emissão para afinarem as putas das TV's. A puta da mira parece a bandeira dos panascas, aquela multicolor, e o som parece música techno do Love Parade!
Até nestas merdas há mensagens escondidas para nos converter a todos à rabetice e deixarmos de procriar.


Mas tudo isto é irrelevante quando disparam as sinapses da memória fazendo-me relembrar da minha verdadeira existência, das minhas poucas virtudes e dos meus excessos de más opções e do inútil sentido de oportunidade que me caracteriza. E nessa altura faço força para não gritar de raiva ainda fresco daquele universo paralelo de onde acababei de emergir, daquele sonho onde tudo isso fica para trás, onde sou brindado com a mais intoxicante e poderosa droga, a puta da felicidade, lá, onde sou a antítese da dura realidade.
Não sei até quando manterei o descernimento para continuar, a pouco e pouco considero a desistência porque as pernas já me falham, mas dia após dia procuro uma razão sólida e plausível para o esforço e para a contenção. Estou cansado e quero dormir, quero o meu universo paralelo, quero parar de marrar contra o vidro e deixar de ser dependente desta fustigante condição bizarra, quero ser linear. Estou farto da representação patética cheia de auto-agressões ilusórias.
Já não sei ser bom, perdi a esperança em ter vontade de acordar, perdi-me a mim próprio e não me encontro, enquanto me debato com este demónio chamado memória preenchida com um lamacento percurso de declínio, carência e ilusão. Não guardo rancor, apenas mágoa...
É triste, muito triste quando nos aprecebemos que os nossos desejos imediatos sejam dormir e sonhar, ou em alternativa, um valente tiro no cornos. Será cobardia? Talvez, mas mantendo-me fiel à Matemática, aquilo em que mais acredito, e fazendo as contas, ela está cada vez menos a meu favor. Tudo na vida são números e física... Pura física! E eu estou farto de fazer contas e equilibrar o fiel da balança.

03/08/2009

Geração tipo...

-Tipo, vais no comboio a recocar as conversas das suburbanas empregadas fabris que decidiram investir um niquinho em conhecimento geral das coisas, tipo, o mundo em que habitam...

-E depois?

-Oh pá, depois é do tipo, sempre a comentar as putas das notícias do Destak ou da Dica da Semana, mas de uma forma inovadora, tipo, já formam, a muito custo claro, uma opinião própria sem ir em unanimismos ou opinião generalizada, discordando até do Sousa Tavares, aquele cabrão anti-progresso e inimigo da tão saudável especulação imobiliária e dos patos-bravos. E olha que estas gostam do tipo...

-Do tipo quê?

-Foda-se, do gajo....


-Ah... pensei que ias exemplificar. Mas afinal o que te chateia nas labregas?

-Chateia-me a cena de começarem qualquer definição do ponto de vista delas, com a exclamação, tipo, "É assim..."

Então é assim, tipo, o caralho que vos foda a todos, não?

03/07/2009

Nos antípodas é que está o ganho...

...que até rima com vão todos para o caralho!

Há três coisas que um gajo deve fazer quando atinge a maioridade:

-cravar dinheiro aos pais, família próxima ou a um amigo otário, para tirar a puta da carta de condução. Convém contar com o suborno, porque teoricamente iremos estar preparados para conduzir uma nave espacial, mas na prática iremos ser mais uns bandidos que irão espalhar o terror e o caos por esse alcatrão fora. Definitivamente os tugas deveriam ser compulsivamente interditos de mexer em qualquer coisa com motor, tanto pela falta de destreza e respeito como pela falta de gosto. Haverá coisa pior do que ser morto por um Citroen Saxo verde alface com luzes do talho que vem em contra-mão na autoestrada?

-deixar de praticar crimes ligeiros. Isto é pura dedução: aos dezoito anos, se fazes merda vais de cana. Esta regra não se aplica a quem, e como se diz agora, "é diferente mas igual", pois para estes, ser criminoso pode ser meio caminho andado para participar em orgias todas as noites. A parte chata é que os gandulos tendem a ser um bocado rústicos e nada carinhosos, e também a esperança de vida é curta, pois toda a gente sabe que a SIDA nasce por geração espontânea na prisão. Isto até daria uma teoria Darwiniana: "A natureza e a sua forma de selecção natural". Esquece também as violações em grupo à "Carmo", a vaca lá da escola. Agora já não é considerado brincadeira de adolescentes mas sim violação de menores!!!

-por último e a mais importante, bazar daqui para fora o mais rapidamente possível e nunca mais cá voltar. Não acredites nas tangas de constituir família, filhos emprego efectivo, contratos blindados, baixas médicas de 3 em 3 meses... Caga nisso tudo! Mete-te num avião e passa o resto da tua vida a ser feliz e a tentar esquecer que alguma vez estiveste aqui, o que não deve ser difícil, pois o inferno já tu o conheces...

Hoje percebi que acabei de fazer dezoito anos!!!

28/05/2009

Has always, I fuck'd Up (repost)

Geração espontânea, assim apareci...
Abro os olhos, sinto a adrenalina, o frio no estômago, o entorpecimento desvanece-se como se vosse uma espécie de rigor mortis decrescente...

A clareza cristalina surge e que vejo eu? Vejo que se me acabou coca, condição sine qua non para aguentar o resto da noite ao som do revivalismo deprimente dos hits dos 80'as. Avaliei a situação em que me encontrava, e o resultado era aterrador: estava mais que fodido, pois nem a toda a droga e álcool deste mundo haveriam de tornar o estropício que teimava em me agarrar e beijar, numa coisa agradável, sensual ou mesmo em qualquer coisa que se assemelhasse ao género feminino.

A pior coisa que pode acontecer a um sábado à noite é sentir-mo-nos sozinhos e deprimidos, pois tomam-se decisões por impulso, e por momentos somos atingidos por uma cegueira temporária que nos tolda todo o processo de avaliação do trinómio noite-gaja-barrasquice.
Recorre-se à Reciclagem e desencanta-se um coirão que outrora desenterrámos numa rede social, e que por azar nos enganou com as fotos, pois o Photoshop já superou a Nossa Senhora de Fátima nas questões milagreiras. Já sabemos ao que vamos, mas mesmo assim insistimos no erro e tentamos enganar-nos com hipóteses remotas do tipo: "Se calhar ganhou o Euromilhões e fez uma reconstrução facial e perdeu 50 Quilos".
Quando por fim o reencontro presencial se dá, começamos a dar conta da asneira, e aí insistimos na auto-ilusão: "Talvez o marido também venha ou hoje só lhe apeteça conversar".

Mas não, a conjuntura veio para ficar e começamos a sentir os primeiros amassos que nem mesmo os lembretes da nossa parte em relação ao corno do marido lhe fazem peso na consciência. A minha última e derradeira esperança é que o mundo acabe naquele preciso momento.
Por milagre encontro alguém conhecido a quem me colo e me serve de desculpa (rocambolesca e inventada na hora) para abandonar aquele antro e aquela situação.
Poderia recorrer ao facilitismo de lhe dizer que estava redondamente arrependido, que ela era a minha forma de auto-mutilação e que a quantidade de coca consumida já estava a fazer efeito e já gostava de mim outra vez, mas tenho um problema grave e raro e pelo qual sou sobejamente gozado por todos, que é o respeito pelos outros. Felizmente é só às vezes...

15/05/2009

Inoportunamente chato e redundante

Sim, voltei! Poderia recorrer à falaciosidade da ressurreição, ou como alguém mais velho me sugeriu, a própria imortalidade, mas corro o risco de ser comparado com a Alexandra Solnado, aquela que é amiga e confidente de Jesus, e que tem provas irrefutáveis disso mesmo visto que o tem adicionado como amigo no Facebook, no Hi5, no Netlog, no Twitter e numa outra rede social muito underground, de acéfalos clínicos que gostam de foder com desconhecidos nos WC´s do Colombo, que se chama IRC.

Mas eu tive uma experiência de quase-morte, que descrevo sem qualquer medo e vergonha, pois toda ela é plausível e de fácil aceitação, não envolvendo diálogos com um incongruente árabe ariano, túneis, manilhas de esgoto, levitação, reencontros com familiares falecidos ou gajos que outrora encornámos e que suicidaram na linha do comboio (é sempre engraçado quando somos os responsáveis por foder a vida dos azeiteiros do Norte, porque houve um filho da puta que resolveu atirar-se ao Alfa), ou qualquer outra história da carochinha.

Comecemos pelo princípio: afinal levei a boca, fui vítima de um dealer sem escrúpulos que me vendeu Ketamina ao invés de Cocaína, o que explica tudo. Primeiro perdi a força e, consequentemente apenas cortei dois ou três vasos capilares irrelevantes. Depois senti aquele abandono corporal, que é conhecido na gíria como “K-Hole” e de seguida a minha visão foi turvada por uma intensa luz branca que balbuciava qualquer coisa imperceptível... A EDP não perdoa a caloteiros como eu, e a minha empregada, uma provinciana do Báltico, andava por lá com uma potente lanterna que comprei num catálogo da D-MAIL, numa altura em que sofria de um distúrbio de comprador compulsivo de coisas inúteis. As drogas, as putas e o álcool são considerados bens de primeira necessidade, não se enquadrando no ponto anterior! Se vierem com a história dos impostos, das prestações da casa e do carro com juros usurários, da comida saudável, da roupa com assinatura, o plasma de metro e meio para ver a runfalhona da Malhoa, a mensalidade do colégio católico que irá formar futuros administradores filiados no "Bloco Central", criminosos hedonistas adeptos de Sushi, cocaína e putas de 15 anos ou mesmo mentirosos compulsivos e assalariados de grandes grupos económicos, que à primeira oportunidade vos enfiarão numa espelunca para apodrecer, e outras merdas com as quais vocês se afogam, iludem e matam devagarinho, eu creio que venço sem qualquer margem para dúvida numa argumentação sobre quem é que sofre de distúrbios de personalidade, bastando para isso estar calado!

Do passo seguinte apenas tenho algumas memórias, não porque tenha sofrido um apagão, mas porque há coisas que preferimos esquecer como forma de preservar a sanidade (o que resta) e acreditar nas instituições... Talvez seja esta mais uma forma de distúrbio mental, acreditar de uma forma recorrente e continuada no estado social e protector quando este teima em nos pontapear e gozar repetidamente. Logo a seguir aos famosos “objectos estranho no recto”, os gajos que padecem de uma sobriedade temporária e que se alienam totalmente da vontade de andar a balir, fazem as delícias de alminhas recalcadas e enfadonhas que adoram gozar os outros apenas para se sentirem superiores e esquecerem o quão merdosos são. Cheguei mesmo à conclusão que a única terapia psiquiátrica existente assenta na administração de cocktails de Largactil e Haldol. Acho que para isso não é necessário perder anos de vida útil numa faculdade de medicina, aquela que vocês irão sustentar ao fedelho que vos irá foder quando forem velhinhos... Basta perguntar a um guarda prisional como é que ele convence um preso a ter um comportamento exemplar!

A minha estada foi de curta duração, felizmente, e apesar de estar reduzido às funções básicas, cagar, mijar, fumar e babar-me que nem um camelo, ainda preservo na minha memória alguns farrapos desses dias.
Tive a sorte de ser encontrado por uma enfermeira que me reconheceu, uma moça de Xabregas que eu adicionei em tempos no Netlog, nos tempos em que meti na cabeça que queria comer uma acrobata. Quando ela me disse que era mestre na arte de pompoar, eu fiquei fascinado, mas esmoreci um bocado quando me encontrei com ela, não pelo facto de ela trazer um saco da decatlon com duas bolas de basket lá dentro, mas porque o priminho dela era um artista do Photoshop. Há gajos com talento porque tranformar um objecto tão grande, digno de pertencer o TOP 10 das “oddities” do Google Earth, num anjo 86-60-86 não é para todos. Mas a cocaína e o MDMA podem ser bons aliados quando, por momentos, necessitamos de abandonar todas as formas defensivas que temos para nos preservar, venerar o belo, sentir uma irresistível paixão, ainda que efémera, e, o mais intangível de todos, o ser verdadeiramente desejado.
Enquanto estive internado, além de me ter feito um valente fellacio até ao fim (e que durou um turno completo, como devem imaginar) como forma de agradecimento por ter sido o único gajo com estômago e tomates, que naquele encontro passado, lhe deu um beijo de língua por mais de um segundo, restaurando-lhe o amor próprio e posteriormente ter conseguido arranjar um marido, ainda que azeiteiro até à quinta casa, lhe deu algum felicidade, ajudou-me a superar o martírio de estar internado numa ala psiquiátrica suburbana administrando-me, à revelia, uma grande dose de Modiodal e assim poder encetar uma fuga impossível, recorrer ao difícil e burocrático acto de assinar um termo de responsabilidade.

A esta altura muitos de vós que não tiveram pachorra para ler esta merda até ao fim ou não tiveram tempo porque estão entretidos a ser sodomizados anonimamente, numa sauna, por um estivador de 2 metros e 130 Kilos (os machos-latinos) ou a ser o centro das atenções de uma equipa de Rugby durante um Bukakke (as virtuosas meninas) estarão a fazer a seguinte pergunta:

-Caviar, mas explica-nos de uma forma breve e compreensível porque caralho voltaste tu?

A todos esses, e ainda aos outros que aqui chegaram porque ainda são mais fodidos da bola do que eu, respondo prontamente:

-Porque me apeteceu!!!

01/03/2009

Two shakes of a lamb's tail


Efémero, eu, entrei na recta final da existência. Como tudo nesta vida tem um fim, exceptuando a estupidez humana , o mau gosto ou mesmo a Amadora, tenho de me resignar ao final de uma vida, curta e desgastante, que exige muita atenção ao que nos rodeia. Não sendo um filho da puta de um católico, considero a eutanásia um bem de primeira necessidade, e até devia ser premiado com uma estátua póstuma, pois representa a elevação do Ser à verdadeira consciência da própria existência. Eu considero o suicídio mais dramático,e como ser histriónico que sou, opto por esta via. Além de fazer mais porcaria, posso sempre traumatizar alguém pelo caminho. Então vamos lá:
Encho a banheira cheia de água quente, pego na grama da boa branca e faço a derradeira linha de uma tragada só. Agora o coração dispara a um ritmo alucinante, a mente clareia e damo-nos conta de nós próprios e da nossa verdadeira finalidade, ou seja, nada! Aproveitamos o balanço, pegamos na lâmina e cortamos as veias dos pulsos no sentido longitudinal, enfiamo-nos na banheira e esperamos pelo frio, pelo torpor, pelo cansaço. E quando fechamos os olhos porque é demasiado cansativo tê-los abertos, vagueamos nas recordações daqueles de quem mais gostamos e somos invadidos por um sentimento, enorme, mas mesmo muito grande, de saudade daqueles que nunca mais iremos ver.
No final, o que fica? Nada...

The End

26/02/2009

O Mistério da Estrada de Sintra - Gourmet o caralho!

BELINHA RODRIGO, a número dois do topo da cadeia alimentar de Alcatraz outrora acumulou funções de revisora de contas apresentadas pelos artistas plásticos. É norma na prisão, sempre que há trabalho fora, cada artista pagar as suas refeições, que posteriormente é reembolsada mediante apresentação da mágica factura. Mas atenção: há normas rígidas a cumprir! Não mais que 18 Euros, nada de alcool, sobremesas finas e outros luxo. O dito documento tem de ser escrupulosamente preenchido e detalhado com tudo o que foi consumido, não vá algum artista marialava querer delapidar o património de JAQUELINO RODRIGO! É conhecida a tendência da maralha para querer tirar a barriga de misérias à conta do património alheio... Em média, demora três meses a ser reembolsado, não sem antes de uma pequena conversa com a ranhosa fiscalizadora que questiona tudo ao mais ínfimo promenor na vã esperança de apanhar um incauto ladrão de trocos! LARA LEE, artista plástica, rapariga na casa dos trinta, descendência oriental, estreita silhueta, longos cabelo pretos e brilhantes, faz lembrar uma cândida figura de Manga! A comunidade masculina, e que ainda resiste à moda popular de abafar nabos, delicia-se à sua passagem, despertando as mais ousadas fantasias, que é um cliché, nas mulheres de diferentes raças... Pouco se sabe acerca desta moça, por levar uma vida recatada e longe de holofotes. Apenas se conheceu um caso, que curiosamente foi com um outro artista plástico que um dia aspira ser G.I. JOE meet ARMANI! Num dia normal na cadeia, a Lara foi chamada às altas instâncias para explicar uma facturinha que causou alguma desconfiança na mente pútrida e abjecta da Belinha... Mais um que queria dar o golpe, teria pensado ela! Mas a coisa tinha de ser muito bem exposta, caso contrário, tão nojento e pidesco papel ira ser sumariamente ignorado, e o seu valor ficaria por conta de tão bem paga artista plástica. Tinha sido um serviço daqueles em que não há tempo para ver as montras, daqueles em que é preciso ver o diabo a esfregar o olho, mas a malta tem de comer... Lara dirigiu-se a uma tasca, pediu uma sandes de leitão, um sumol em lata, o recibo da praxe e pirou-se, conjugando a árdua labuta com o deleite do manjar. Belinha Rodrigo, não contente com a explicação, desconfiada e disposta a não deixar impune tal comportamento exclama com todo o seu poder, inteligência e arrogância:
-Uma sandes de leitão?!?!?! Aqui na prisão não pagamos marisco!

24/02/2009

Até que a morte me separe

A pior coisa na vida de um homem é ir a um puteiro e deparar-se com uma mantelhona formada em sociologia ou um barcherlato em engenharia informática. O azar mesmo é dar de caras com uma que junte os dois anteriores referidos a um vasto conhecimento das redes sociais virtuais.
Putas destas não se ficam quando um gajo está aviado e prontinho para se pôr na alheta, para junto dos seus bastardos herdeiros e respectiva sopeira suburbana, ainda a tempo de mamar com os 6 episódios diários de novelas da TVI, elas gostam sempre de um dedito de conversa sobre as vicissitudes da vida ou dos temas em debate do "Nós por cá". Mas a coisa trás água no bico, pois elas fazem-nos baixar a guarda e deste modo passamos a vê-las como mulheres normais e com quem gostaríamos de ter tido um caso mais sério. Um embuste!!! Assim que adormecemos na forma, dão-nos a estocada final, mudam o diálogo e tendem a atingir-nos no nosso ponto mais fraco logo a seguir aos tomates e à carteira: a sensibilidade recalcada que teimamos em esconder!

Esta merda nunca me aconteceu, mas já ouvi falar de quem tivesse sido apanhado numa destas após ter largado 300 Aérios mais quarto no Sheraton, por apenas uma hora.
A vítima em questão suicidou-se, tal foi o sentimento de culpa. Isto mim nunca me aconteceu, felizmente, porque sou um gajo precavido e a minha escolha lógica recai sobre gajas que apenas falam um dialecto imperceptível, até mesmo para o Carlos Fino.

Hoje tive um rebate de consciência, e só não lhe chamo epifania porque isso me soa a rotice, e como ainda sou um gajo à séria que não foi, nem nunca será atingido por essa praga que é a depressão, só atribuo culpas à idade de que padeço. Hoje soube de que que forma me quero finar...

Quero morrer de Alzheimer, ou como carinhosamente é conhecido: estar com alemão!!!
E porquê? Simples: esqueço-me da minha porca existência, das tristes figuras de uma vida inteira, posso perder-me neste mundo, nu, sem entender puto do que me rodeia, mas com um sorriso despreocupado e sincero nas trombas. Mas o melhor, a cereja em cima do bolo, será a extinção absoluta da minha memória que vocês existiram ou que vos conheci! É que, de uma forma geral, eu não gosto de pessoas, mais concretamente, de vocês todos!

10/02/2009

Postponed

Tenho-me em muito boa conta, considero-me um tipo coerente, perspicaz, verdadeiro e de escolhas acertadas. Bem sei que são demasiadas qualidades para uma pessoa só, mas vão ter de acreditar tal como acreditam nos horóscopos ou no diário da “Maria”, aliás, acho até que é bastante mais plausível acreditarem em mim, pois há gente que até nasce assim. Só mesmo os (mal?) fodidos da vida e pobres de espírito para crer que todos nós vivemos num mundo negro e nublado, cheio de cabalas e armadilhas à espreita em cada esquina para nos obliterar a felicidade e o sorriso, mas nem todos nascem Toys, de esquerda, monárquicos ou na linha de Sintra... e na pior das hipóteses, para aqueles mas pessimistas e adoradores de novelas-empadão da Globo, tudo atrás referido mas no Fogueteiro. Alguns de nós são bafejados sobejamente por carradas de humanidade, embora os “outros” insistam em chamar-lhe “sorte”. E poderia continuar a fazer piadas, trocadilhos e escárnio desta gentalha previsível e enfadonha. Mas na verdade também eu tenho alguns telhados de vidro, mas nada de transcendente, apenas algo que faz com que me enquadre na categoria das pessoas...
...traídas pela sua própria humanidade!

Um dia, lá pelos gloriosos 90’as, quando fui a um puteiro, começou a minha tormenta, que desde aí perdura. Nesse momento tive consciência do meu sentido de oportunidade, um facto que me tem trazido algumas gargalhadas, inamizades, amores, desamores, infelicidade, e por fim, a resignação...
Para os mais velhos, com certeza lembrar-se-ão do famoso humanista misterioso, um filantropo que prestou um valioso serviço público à nação, uma espécie de ASAE do putedo, que chinou umas quantas lúmias por se encontrarem sobrevalorizadas e impróprias para consumo! Nessa altura eu tinha um estranho tique nervoso associado ao consumo de álcool. Os sintomas eram caracterizados pelo sotaque do norte e agir como um azeiteiro. A única coisa que me distinguia era a aversão à bijuteria dourada, ser imberbe e a dificuldade de aquisição de meias brancas.
Era do conhecimento geral que o nosso mais famoso “serial killer” era provavelmente um motorista de pesados do Norte, e eu, numa de quebrar o gelo característico do acto de pagamento da lembrança, tenho a brilhante idéia de lhe perguntar se já conhecia o estripador. Juntando o meu ar tresloucado e o meu sotaque tripeiro temporário, o que se passou a seguir, é uma questão de matemática...
Se num segundo me pareceu oportuno e simpático, logo me arrependi, pois a resmenga desatou numa berraria e nesse mesmo momento entraram dois marialvas que pareciam duas minhotas, tal era a quantidade de cordões dourados e pilosidades faciais. O resto adivinha-se, pois posso dizer que me tornei íntimo dos sacos de gelo e do Hirudoid. Uma coisa vos garanto, os sapatos de verniz, além de execráveis à vista, podem ser muito dolorosos no tacto, principalmente se este for feito com a região lombar e abdominal...
E começava assim a saga do mais característico e preciosos bem, o meu e muito próprio sentido de oportunidade!

A ambiguidade das minhas palavras e acções deriva da minha mais profunda vontade inabalável, mas que em algum ponto do processo sofre mutações. O porquê...? Esse é o mistério!Seria a chave, quiçá, da felicidade e o fim da tormenta que é ter de conviver com a asneira consciente mas incontrolável .
A consequência está cada vez mais insuportável, para mim e para os outros, fazendo mesmo perigar o bem estar de terceiros mais directos, e mesmo assim continuo a caminhar num percurso sem retorno à vista marcado por dissabores, arrependimentos constrangimentos, remorsos, más escolhas, palavras não ditas, palavras inconvenientes, infelicidade... E a lista é interminável!
Espero um dia aprender a dizer na altura certa as palavras doces e sentidas, não desbocar na espuma da revolta, saber o timing certo da palavra “Amo-te”, manter o silêncio e evitar a vergonha. No fundo é manter a harmonia entre o que se sente, o que se diz e o que se faz.

Talvez a ténue linha fronteiriça que divide os meus cíclicos e antagónicos humores seja a culpada, ou poderá ter sido mesmo reflexos condicionados impostos de forma inconsciente e irresponsável por gente supostamente responsável...
...não sei!
Talvez um dia numa outra oportunidade aprofunde esta questão. Até lá, contem sempre comigo e com a minha inconveniência, e perdoem-me se em algum momento vos incomodei.