28/05/2009

Has always, I fuck'd Up (repost)

Geração espontânea, assim apareci...
Abro os olhos, sinto a adrenalina, o frio no estômago, o entorpecimento desvanece-se como se vosse uma espécie de rigor mortis decrescente...

A clareza cristalina surge e que vejo eu? Vejo que se me acabou coca, condição sine qua non para aguentar o resto da noite ao som do revivalismo deprimente dos hits dos 80'as. Avaliei a situação em que me encontrava, e o resultado era aterrador: estava mais que fodido, pois nem a toda a droga e álcool deste mundo haveriam de tornar o estropício que teimava em me agarrar e beijar, numa coisa agradável, sensual ou mesmo em qualquer coisa que se assemelhasse ao género feminino.

A pior coisa que pode acontecer a um sábado à noite é sentir-mo-nos sozinhos e deprimidos, pois tomam-se decisões por impulso, e por momentos somos atingidos por uma cegueira temporária que nos tolda todo o processo de avaliação do trinómio noite-gaja-barrasquice.
Recorre-se à Reciclagem e desencanta-se um coirão que outrora desenterrámos numa rede social, e que por azar nos enganou com as fotos, pois o Photoshop já superou a Nossa Senhora de Fátima nas questões milagreiras. Já sabemos ao que vamos, mas mesmo assim insistimos no erro e tentamos enganar-nos com hipóteses remotas do tipo: "Se calhar ganhou o Euromilhões e fez uma reconstrução facial e perdeu 50 Quilos".
Quando por fim o reencontro presencial se dá, começamos a dar conta da asneira, e aí insistimos na auto-ilusão: "Talvez o marido também venha ou hoje só lhe apeteça conversar".

Mas não, a conjuntura veio para ficar e começamos a sentir os primeiros amassos que nem mesmo os lembretes da nossa parte em relação ao corno do marido lhe fazem peso na consciência. A minha última e derradeira esperança é que o mundo acabe naquele preciso momento.
Por milagre encontro alguém conhecido a quem me colo e me serve de desculpa (rocambolesca e inventada na hora) para abandonar aquele antro e aquela situação.
Poderia recorrer ao facilitismo de lhe dizer que estava redondamente arrependido, que ela era a minha forma de auto-mutilação e que a quantidade de coca consumida já estava a fazer efeito e já gostava de mim outra vez, mas tenho um problema grave e raro e pelo qual sou sobejamente gozado por todos, que é o respeito pelos outros. Felizmente é só às vezes...

15/05/2009

Inoportunamente chato e redundante

Sim, voltei! Poderia recorrer à falaciosidade da ressurreição, ou como alguém mais velho me sugeriu, a própria imortalidade, mas corro o risco de ser comparado com a Alexandra Solnado, aquela que é amiga e confidente de Jesus, e que tem provas irrefutáveis disso mesmo visto que o tem adicionado como amigo no Facebook, no Hi5, no Netlog, no Twitter e numa outra rede social muito underground, de acéfalos clínicos que gostam de foder com desconhecidos nos WC´s do Colombo, que se chama IRC.

Mas eu tive uma experiência de quase-morte, que descrevo sem qualquer medo e vergonha, pois toda ela é plausível e de fácil aceitação, não envolvendo diálogos com um incongruente árabe ariano, túneis, manilhas de esgoto, levitação, reencontros com familiares falecidos ou gajos que outrora encornámos e que suicidaram na linha do comboio (é sempre engraçado quando somos os responsáveis por foder a vida dos azeiteiros do Norte, porque houve um filho da puta que resolveu atirar-se ao Alfa), ou qualquer outra história da carochinha.

Comecemos pelo princípio: afinal levei a boca, fui vítima de um dealer sem escrúpulos que me vendeu Ketamina ao invés de Cocaína, o que explica tudo. Primeiro perdi a força e, consequentemente apenas cortei dois ou três vasos capilares irrelevantes. Depois senti aquele abandono corporal, que é conhecido na gíria como “K-Hole” e de seguida a minha visão foi turvada por uma intensa luz branca que balbuciava qualquer coisa imperceptível... A EDP não perdoa a caloteiros como eu, e a minha empregada, uma provinciana do Báltico, andava por lá com uma potente lanterna que comprei num catálogo da D-MAIL, numa altura em que sofria de um distúrbio de comprador compulsivo de coisas inúteis. As drogas, as putas e o álcool são considerados bens de primeira necessidade, não se enquadrando no ponto anterior! Se vierem com a história dos impostos, das prestações da casa e do carro com juros usurários, da comida saudável, da roupa com assinatura, o plasma de metro e meio para ver a runfalhona da Malhoa, a mensalidade do colégio católico que irá formar futuros administradores filiados no "Bloco Central", criminosos hedonistas adeptos de Sushi, cocaína e putas de 15 anos ou mesmo mentirosos compulsivos e assalariados de grandes grupos económicos, que à primeira oportunidade vos enfiarão numa espelunca para apodrecer, e outras merdas com as quais vocês se afogam, iludem e matam devagarinho, eu creio que venço sem qualquer margem para dúvida numa argumentação sobre quem é que sofre de distúrbios de personalidade, bastando para isso estar calado!

Do passo seguinte apenas tenho algumas memórias, não porque tenha sofrido um apagão, mas porque há coisas que preferimos esquecer como forma de preservar a sanidade (o que resta) e acreditar nas instituições... Talvez seja esta mais uma forma de distúrbio mental, acreditar de uma forma recorrente e continuada no estado social e protector quando este teima em nos pontapear e gozar repetidamente. Logo a seguir aos famosos “objectos estranho no recto”, os gajos que padecem de uma sobriedade temporária e que se alienam totalmente da vontade de andar a balir, fazem as delícias de alminhas recalcadas e enfadonhas que adoram gozar os outros apenas para se sentirem superiores e esquecerem o quão merdosos são. Cheguei mesmo à conclusão que a única terapia psiquiátrica existente assenta na administração de cocktails de Largactil e Haldol. Acho que para isso não é necessário perder anos de vida útil numa faculdade de medicina, aquela que vocês irão sustentar ao fedelho que vos irá foder quando forem velhinhos... Basta perguntar a um guarda prisional como é que ele convence um preso a ter um comportamento exemplar!

A minha estada foi de curta duração, felizmente, e apesar de estar reduzido às funções básicas, cagar, mijar, fumar e babar-me que nem um camelo, ainda preservo na minha memória alguns farrapos desses dias.
Tive a sorte de ser encontrado por uma enfermeira que me reconheceu, uma moça de Xabregas que eu adicionei em tempos no Netlog, nos tempos em que meti na cabeça que queria comer uma acrobata. Quando ela me disse que era mestre na arte de pompoar, eu fiquei fascinado, mas esmoreci um bocado quando me encontrei com ela, não pelo facto de ela trazer um saco da decatlon com duas bolas de basket lá dentro, mas porque o priminho dela era um artista do Photoshop. Há gajos com talento porque tranformar um objecto tão grande, digno de pertencer o TOP 10 das “oddities” do Google Earth, num anjo 86-60-86 não é para todos. Mas a cocaína e o MDMA podem ser bons aliados quando, por momentos, necessitamos de abandonar todas as formas defensivas que temos para nos preservar, venerar o belo, sentir uma irresistível paixão, ainda que efémera, e, o mais intangível de todos, o ser verdadeiramente desejado.
Enquanto estive internado, além de me ter feito um valente fellacio até ao fim (e que durou um turno completo, como devem imaginar) como forma de agradecimento por ter sido o único gajo com estômago e tomates, que naquele encontro passado, lhe deu um beijo de língua por mais de um segundo, restaurando-lhe o amor próprio e posteriormente ter conseguido arranjar um marido, ainda que azeiteiro até à quinta casa, lhe deu algum felicidade, ajudou-me a superar o martírio de estar internado numa ala psiquiátrica suburbana administrando-me, à revelia, uma grande dose de Modiodal e assim poder encetar uma fuga impossível, recorrer ao difícil e burocrático acto de assinar um termo de responsabilidade.

A esta altura muitos de vós que não tiveram pachorra para ler esta merda até ao fim ou não tiveram tempo porque estão entretidos a ser sodomizados anonimamente, numa sauna, por um estivador de 2 metros e 130 Kilos (os machos-latinos) ou a ser o centro das atenções de uma equipa de Rugby durante um Bukakke (as virtuosas meninas) estarão a fazer a seguinte pergunta:

-Caviar, mas explica-nos de uma forma breve e compreensível porque caralho voltaste tu?

A todos esses, e ainda aos outros que aqui chegaram porque ainda são mais fodidos da bola do que eu, respondo prontamente:

-Porque me apeteceu!!!